sábado, 7 de março de 2009

Merda que não cheira a ela

MERDA QUE NÃO CHEIRA A ELA


Merda por todo o lado, avonde. Sei, nem sempre damos conta, é que há dela que não cheira a ela.
Por um lado, isto é mau… arriscamo-nos a meter a mão em coisa que percebemos limpa, mas que… - depois são as inconveniências de mexer na merda! -; por outro, é bom… a consciência do facto obriga – a fim de idónea preparação – a um estudo aturado, ao apuramento da agudeza de espírito e a um culto da perspicácia.
Merda que não cheira a ela _____» motor de desenvolvimento.




Carlos Jesus Gil

sexta-feira, 6 de março de 2009

Acerca de Televisão

ACERCA DE TELEVISÃO


Um elevadíssimo responsável pela gigante privada francesa TF1, afirma: “ A principal função da minha Televisão consiste em ajudar a Coca-cola (apenas um exemplo) a vender o seu produto. Para que uma mensagem publicitária seja apanhada é preciso que o cérebro do telespectador esteja disponível. As nossas emissões têm por vocação torná-lo disponível, isto é, diverti-lo, distendê-lo, preparando-o entre duas mensagens. O que nós vendemos à Coca-cola é tempo de cérebro humano disponível. E não há nada mais difícil do que obter essa disponibilidade. “
Ora, fácil, demasiado fácil de encontrar a origem pimba das Televisões generalistas. Mesmo as que o não eram, passaram a sê-lo. Não existe outra forma de governo de uma empresa privada desta natureza – têm que criar “ disponibilidade “ no cérebro humano. E como é que esta se cria? Não é certamente com programas que suscitem elevada reflexão. Elas criam programação que não forma cultural e intelectualmente um indivíduo, porém, entretêm-no, divertem-no, criam-lhe disponibilidade no cérebro.
É essa programação (que não cultiva e não fornece conhecimento ao indivíduo) que os anunciantes pagam; é essa disponibilidade de cérebro humano que é paga.




Carlos Jesus Gil

quinta-feira, 5 de março de 2009

Provocação

PROVOCAÇÃO


Provoquei-a, por acinte.
Nem cavaco ela me deu;
tudo por igual correu,
sem nobreza, sem requinte!


Provoquei-a, reiterando!
Que a ventura que produz
e a beleza que induz
são miragem ribombando.


Provoquei-a sempre, sempre…
Cuspi-lhe toda a verdade:
perdi minha mocidade!...
Ela riu, riu de contente.


É mister não sermos crentes:
há gentes, gentes e gentes!




Carlos Jesus Gil

quarta-feira, 4 de março de 2009

Non sense/Yes sense

NON SENSE/YES SENSE


Confesso ter uma predilecção especial pelo non sense. Não se trata apenas de, pelo menos no que a mim concerne, o non sense exigir somente uma colina enquanto o yes sense exige, no mínimo, o “Monte Branco”. Não, não é apenas esse o substrato desta minha vocação. Eh pá, pessoal, então não é tão atraente toda aquela mística inerente; toda a incongruência possível; a palermice fantástica, tolice mesmo!; o dar sempre a volta à situação; o dizer sim, se para aí se estiver virado, ou não, se não não nos apetecer; o perceptivelmente dar o dito por não dito, sendo, em termos tácitos, muito outra a situação… pois, fazer uso da ironia até mais não!; o ser-se franco sempre ou nem por isso, e poucos dando conta disso; o nunca ser directo; o ser (dis) ou (indis)… creto; o ser-se exorável ou ine… em tom profundo; o ser-se, enfim, como o Mundo?... Eh pá, pessoal, então não é?!
E depois – ainda mais esta! -, os cinco não dão conta de tudo!




Carlos Jesus Gil

terça-feira, 3 de março de 2009

Poesia/Filosofia

POESIA/FILOSOFIA


Um Poeta é um Filósofo Esteta.
Já repararam no quanto de Filosofia encerra a Poesia de Pessoa, Shakespear, Ruy Belo, Dante, Eugénio de Andrade, Camilo Pessanha, Sá Carneiro, António Aleixo – sim senhor! –,Yeats… e de tantos, tantos outros estetas do Pensamento comunicado?
Bem, convenhamos, todos os grandes escritores são prolíficos em Filosofia. Na Poesia, porém, subsiste uma Arquitectura de Pensamentos, uma Espiritualidade estética e peculiar criadora de tantas Religiões ( que, homem que a vive reza! ), tornando o Poeta ( via talento e tormento ) um emissário do Supremo.
Bela é a Filosofia proveniente das Ciências Físicas; bela, ou belíssima, é a Filosofia que nos chega do seio da própria Filosofia; nenhuma, porém, alcança a beleza estética da que brota da Poesia!




Carlos Jesus Gil

segunda-feira, 2 de março de 2009

Detergente pr'a Registo Criminal

DETERGENTE PR’A REGISTO CRIMINAL


Certa vez vi um pêro a correr furiosamente na direcção de uma banana, a qual, esbaforidamente, o que podia fazia no sentido de aumentar a distância entre… Não conseguira, no entanto, a branda banana o enunciado intento, tendo então sucedido que, ao encontrar a dita, o pêro se deu, literal e violentamente, àquela… Foi aí que realmente percebi que banana é mesmo banana!
Depois perguntei-me: serão casal?... Não tardou que me respondesse algo que, sinceramente, já esqueci. Não, não significa esta ausência de memória que ausente fosse a importância da resposta que me dei. Mnemónica, não tenho ido aos treinos!
Bem, conto-vos isto hoje tão só porque verifico, sem recorrer a qualquer juízo de valor, que o detergente pr’a Registo Criminal usado na altura do facto – há uns meses, não muitos, atrás – está a ser retirado do mercado e a ser substituído por outro menos poderoso, mas também menos pernicioso para o ambiente… social. Significa isto que, uma vez banido do mercado tão atávico e poderoso produto, certas nódoas criminais, como por exemplo a que tão complicadamente vos descrevo, muito mais tempo levarão a ser retiradas do respectivo Registo.
E vai daí que, pois e tal e coiso e eu meto-me em cada uma! Pois, o melhor mesmo é ir consultando o Diário da República… ou as prateleiras dos supermercados!




Carlos Jesus Gil

domingo, 1 de março de 2009

Noite; dia; princípio... de tudo

NOITE; DIA; PRINCÍPIO… DE TUDO


Noite,
és tão velha
que ninguém, jamais,
te viu nascer.

Dia,
como a noite,
só há testemunhos
do teu acordar.




Carlos Jesus Gil