sábado, 28 de julho de 2007

Cheirinhos

ESTRANHO BAILADO


… E de repente apetece-me gritar: tragam-me um antibróóóómico!...
Não, não grito, limito-me a deslocar-me uns metros. Para a direita; para a esquerda, depende… À vezes resulta.
É de uma tão grande densidade, aquela atmosfera! Ele são as luzes, ele são os decibéis, ele é o fumo, ele são os constituintes normais; ele é o elemento estranho…
A gama, essa é variada; a intensidade também é díspar. Por vezes a qualidade é refinada, uns frasquinhos pomposos e era um ver se te avias… Inebriante!
Ambivalência de sentimentos: repugna, por um lado, hilaridade por outro.
Com o barulho das luzes, as cores dos sons, um “bailado” muito próprio e uns parcos metros de permeio ninguém nota nada, ninguém topa o drama, efémero, mas repetido. Ninguém, nem mesmo os quatro ou cinco rapazes que não poucas vezes viveram – será que sim? – a situação… Às vezes lá esboçam um sorriso.




Carlos Jesus Gil

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Jazz

CONCERTO DE JAZZ

Assisti, ontem à noite, em Coimbra, a um concerto de jazz. Não é meu hábito, por motivos diversos que não vêm agora à baila, de maneira que fora necessária grande força espiritual para vencer a relutância que me eivava. O facto de ser ao vivo, ajudou; o facto de a vocalista do quinteto ser a minha amiga Fátima ramos, empurrou-me.
Bem, foi fantástico! Os TAKE FIVE (…concordo, o nome carece de alguma originalidade, ou talvez não. Pode muito bem ser uma singela homenagem ao tema e ao compositor. Pode ou não pode?) possuem a ferramenta toda para desbravarem caminho. Quanto à minha amiga Fátima…, a cachopa efectivamente tem queda para aquilo.
De modo que me ocorre instá-los: continuai malta, continuai!


JAZZ


Quando o jazz não é “só” um exímio desfilar de escalas embebidas num ambiente harmónico dissonante - mas lógico; quando o jazz não é “só” isto e a rítmica empatiza..., não se torna o ramo sonoro da Matemática e, então, é música Divinal!




Carlos Jesus Gil

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Entrevista a Sócrates, SIC, 25/07/07

Belo exercício de mnemónica; Como todos os bons políticos, é um prodígio a tergiversar.


Carlos Jesus Gil

Sobre poesia

POESIA/FILOSOFIA


Um Poeta é um Filósofo Esteta.
Já repararam no quanto de Filosofia encerra a Poesia de Pessoa, Shakespear, Ruy Belo, Dante, Eugénio de Andrade, Camilo Pessanha, Sá Carneiro, António Aleixo – sim senhor! –,Yeats… e de tantos, tantos outros estetas do Pensamento comunicado?
Bem, convenhamos, todos os grandes escritores são prolíficos em Filosofia. Na Poesia, porém, subsiste uma Arquitectura de Pensamentos, uma Espiritualidade estética e peculiar criadora de tantas Religiões ( que, homem que a vive reza! ), tornando o Poeta ( via talento e tormento ) um emissário do Supremo.
Bela é a Filosofia proveniente das Ciências Físicas; bela, ou belíssima, é a Filosofia que nos chega do seio da própria Filosofia; nenhuma, porém, alcança a beleza estética da que brota da Poesia!




Carlos Jesus Gil

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Tantos tantos

Ai taaaaaaaaaaaaantos!..., ai tantos a caminho do blog!

Por amor, por sexo

TUDO POR AMOR E SEXO


A maior parte dos humanos, acredito, enquanto a idade e o organismo o permitirem, move-se por amor e sexo.
O cidadão vulgar, ainda jovem, anseia por uma boa formação como via para um bom ordenado, porquê? Um bom funcionário almeja uma promoção; um director sonha com a administração, porquê? O artista visa o êxito; o político um cargo vistoso, porquê? Pelo dinheiro, pelo poder, sim. Mas será este o fim? Dinheiro, poder, só?! Sossego; acesso à cultura e ao lazer e aos prazeres da boca, só?!
Não, não me parece serem estes os fins finais!




Carlos Jesus Gil

terça-feira, 24 de julho de 2007

Brincadeira

O JOGO


- Olá minha menina, como estás?
- Estou óptima, e tu?
- Estou também porreiro , obrigado.
- Devias era espetar esse cabelo com gel, ficarias com um visual bem mais jovem.
- O meu cabelo é fraquito, mesmo com muito gel, do ultra forte, só muito curtinho é que dá para espetar. E eu não gosto de me ver com o cabelo muito curto.
- Se fosses meu namorado cortava-lo, ai isso é que cortavas!
- Se fosse teu namorado, e se tu gostasses de me ver com pente zero, já eu não não gostava de me ver com o cabelo curto. Mas … mas tu, sempre que toco no assunto – e não são raras, as vezes – desvias para canto …
- O desviar para canto não é terminar o jogo. Pelo contrário, é dar-lhe seguimento com uma acção de ofensiva superior.
- Não tinha pensado nisso! Tenho que aproveitar melhor os cantos, pode ser que meta golo.





O JOGO, COMO ELE É


... Ó lindinha, lindinha!
Se fosses minha namorada, querias lá tu saber se meto gel ou bosta no cabelo; se é comprido ou curto; se é liso ou encaracolado!
Se fosses minha namorada … era porque sim, o sim que anula – ou tolda – os “defeitos” e amplia as “virtudes”.
Quando é porque sim o pouco ou o muito basta; o ao pouco se juntar ou ao muito se tirar, em nada altera o stock.
Nem de penalty sem guarda-redes na baliza… Contigo.







Carlos Jesus Gil

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Ás boias!

ZÉ-NINGUÉM



Somos tantos, cerca de seis mil milhões (não seis biliões, como dizem os norte-americanos).
Seis mil milhões de particularidades, de subjectividades, não obstante o muito de padrão que também se verifica.
Mas, então, porque emergem só alguns? Explicações diversas, por certo. Desde logo porque nem todos amam estar à tona; depois, bem, depois… é a ditadura da Economia a dominar toda uma série de sub-ditaduras, todas elas alimentadas, anafadamente, com o que falta aos outros, à montanha deles.
Paradoxalmente são os leves que afundam! Paradoxalmente?, não. Só quem nunca foi a uma piscina…


Escute-se o Zé-ninguém!
Às bóias!




Carlos Jesus Gil

Brincadeira

GALINHA


CANÇÃO


As saudades que eu já tinha
de roubar uma galinha
à capoeira do vizinho;


p´ra fazer m´a patuscada
com tod´a rapaziada,
bem regada a tintinho.


E p´ra coisa se compor
e desvanecer rancor,
trazer o dono à pepineira;


e só no fim lhe contar,
que a carne do belo manjar
era da sua capoeira.




João Carlos Jesus Gil
Carlos Jesus Gil