sábado, 8 de março de 2008

Obrigado, Senhora Ministra

Foram cerca de cem mil, é Obra!


OBRIGADO SENHORA MINISTRA


O lema foi, o lema é: dividir para reinar. Ensinamentos antigos da Arte de Facilmente Governar; competências adquiridas e postas em prática pelas últimas administrações do nosso burgo, as quais – para desencanto de muitos e para mal da tão essencial formação dos nossos recursos humanos - lograram transformar uma classe profissional idónea e consciente do seu fundamental valor social, num lamentável rebanho tresmalhado. Uma classe profissional que para além de ensinar também educa, quando, no máximo, deveria coadjuvar as famílias nessa inalienável tarefa… Pois, mas estas não têm tempo – às vezes! -, de modo que com ou sem insustentável leveza se eximiram daquela tarefa. Ministério do Ensino… Designação mais adequada para aquele atormentado órgão estatal. Função/Missão: formar recursos humanos, condição cuja ausência impede a inovação, a competitividade e o desenvolvimento de uma sociedade. Educar? Sim, também, mas como apêndice, um complemento simpático ao trabalho basilar que deve residir nas famílias. E tudo isto se fará, com esforço mas de bom ânimo, bastando para tal que a rapaziada assalariada deste ofício não seja sistematicamente tratada com desdém pela patroa e não só: “olha, aquele é funcionário público e ainda por cima professor!...”; “ Ó stôr?... Ó stôr?!, mas qual stôr?, se os outros licenciados são doutores – ridículo, mas por cá é assim -, então os professores também o são. Até os mestres e os mesmo doutores, que os há já em quantidade apreciável nas nossas escolas, são stôres! Desplante.
Bem, voltemos ao big-bang deste mui errante texto. Vejo sinais, fortes sinais. Pela primeira vez (já lá vão alguns anos que estou na casa) assisto a algo que classifico de união. Com ela, a força aparece naturalmente; com força suficiente a obra é feita. Creiam, sócios da Sociedade, que esta bem carece desta obra!
Senhora Ministra, muito obrigado por não conseguir mexer-se sem causar tumulto. Só assim foi possível!




Carlos Jesus Gil

segunda-feira, 3 de março de 2008

O Desconhecido e o Novo como Íman para os Portugueses

Estive para postar sobre o Sporting/Benfica, mas... optei por isto:


O DESCONHECIDO E O NOVO COMO ÍMAN PARA OS PORTUGUESES


Somos aventureiros, curiosos e abertos ao novo. Os séculos XV e XVI provaram-no, como o provam tempos ainda mais recuados: não necessitamos de uma leitura muito aturada da nossa história, para nos apercebermos de um constante e endémico sonho do povo luso com horizontes mais amplos; do gizar de planos ousados; do estudo e aperfeiçoamento de instrumentos e técnicas; da aceitação e convívio com gentes com outras vivências. As excepções, que as houve, não obstam ao dito. Períodos de ostracismo e de tolhimento destas faculdades dos portugueses sucederam-se no tempo. Um deles, por pouco não o senti.
… O pós 25 de Abril de 1974 veio permitir a libertação, qual “génio da Lâmpada”!, desta nossa não exclusividade mas muito arreigada qualidade. Sim, temos apetência pelo novo, pelo para além de… Existem exemplos de atavismo, sim, não constituem, contudo, a regra. O português é um early adopter, chega a manifestar euforia pelo novo, enquanto consumidor, obvious, mas já também enquanto produtor de inovação.
Conhecemos a importância do estatuto social, reconhecemos que os ingredientes que lhe dão corpo mudaram; reconhecemos a sobrevalorização da aparência… As pulseiras e os anéis foram substituídos pelo telemóvel - sempre que possível de última geração -, pelo Ipod, ou ainda pelo GPS no interior do automóvel.
Só pela força o português se fecha!


Carlos Jesus Gil