quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Uma questão de sermos precisos

UMA QUESTÃO DE SERMOS PRECISOS


Bem, antes de mais, devo precisar no que intento com o título deste pequeno texto… em ordem a sermos precisos!
Ora, não se tratará, pois, no dito, duma abordagem, ligeira ou muito pelo contrário, ao nosso capital de empregabilidade… pronto, ficais já a saber! Entenderam, então, que preciso tão somente que direccionem, a bem de eu ser entendido, o vosso raciocínio para a veemência da precisão em comunicação. É ou não de imperial importância entendermo-nos?... Então!...
Ok, com o pequeno diálogo - entre duas amigas quarentonas – que segue, penso ilustrar, com razoável lucidez, a questão. Aí vai:
Maria, quarenta e um anos completados em Dezembro de dois mil e dez … - Isabel, já tens idade mais que suficiente para saberes que as coisas não são bem assim!
Isabel, quarenta e quatro anos acabadinhos de festejar – Tenho, tenho sim senhora! E por isso mesmo, até porque sou mais velha do que tu!, é que te digo, reitero, aliás: estás errada, Maria! Ora pensa bem.
- Olha, em primeiro lugar não és mais velha do que eu…
- Era bom, era!... Não são muitos, mas sempre são uns anitos a menos… os teus. Vá, deixa-te de coisas!
- Não és mais velha, Isabel, vais ver que não.
- Estás boa da cabeça?! Como não sou mais velha do que tu?... Conheces bem a minha idade. Ainda há pouco me cantaste os parabéns… até foste tu quem comprou as velas! Como não sou?!
- Isabel, por te conhecer bem; por saber tão bem quanto os teus pais a tua idade, é que afirmo e reafirmo que não és mais velha do que eu.
- Miga, agora é que não entendo patavina! Estás a mangar comigo, não é? Reinas aqui com a velhinha, não?
- Não, Isabel! Toma atenção: é-se velho aos quarenta e tal anos?... bem sei que depende, mas, com tudo dentro da norma é-se velho aos quarenta e tal anos?
- Não, claro que não!
- Então?!...
- Então, o quê?
- Se não se é velho aos quarenta e tal anos de idade; se nem tu nem eu temos mais que quarenta e tal…! Ora!, assumindo a veracidade desta premissa, somos racionalmente obrigadas a chegar à consequente conclusão de que aqui não está ninguém velho, pois o nexo lógico entre aquelas existe. Logo… logo tu não és mais velha do que eu. Se não há, no universo que somos nós, velhos, não és, não podes ser mais velha do que eu. O que tu podes dizer, isso sim!, é que és menos nova do que eu.
Risos muitos…
- Tá, tens razão! Oh pá, só tu!
… Já sei, querem saber de que, afinal, conversavam elas, não?... Sei lá! Essa agora!




Carlos Jesus Gil
31/01/2011