segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Olá! Festas felizes para todos.
Uma brincadeira:


ABSOLUTAMENTE SIDERADO


Até porque fica mais-em-conta mas não só, resolvi oferecer aos livros a hegemonia na minha lista de prendas a oferecer neste Natal. Não é que estes estejam ao preço-da-chuva quando a períodos desta sucedem períodos da mesma, não, mas a verdade é que sempre são bem menos caros que perfumes… e se a malta tomar banho com regularidade, bem mais úteis também.
Com o propósito exposto, entrei ontem numa loja Bertrand e, ao fim de uns largos minutos e de um feixe de livros, dirijo-me a um colaborador e pergunto se não têm nada de Woody Allen, é que um dos meus alvos anda a necessitar, como das minis aos Sábados à noite, de umas boas gargalhadas. Ele diz que não, que de momento não; eu, eh pá, senhor, isso nem parece vosso, então não é uma vergonha pr’á casa? Ele, pois, de facto… mas pronto, temos aqui o último do Ricardo Araújo Pereira… ah, e também o do Fernando Alvim! E eu, pois, é malta boa sim senhor, mas ainda não é bem a mesma coisa, pois não? Quer dizer, acho que não, mas também são bons, não concorda?, ele a dar-lhe! E continuava, porque não leva este do Alvim? E eu logo, porque a Excelência do Alvim encontramo-la numa inata dialéctica música/palavra. O homem reina no áudio, no livro, muito embora nada de despiciendo seja susceptível de ser encontrado nos seus trabalhos, a qualidade elevada não está tão exposta à neve quanto a do Ricardo. E ele, não sei bem o que é que o senhor quer dizer com isso, mas… ah, espere!, cheguei lá. Dou-lhe razão, concordo plenamente consigo. A minha deixa, dá-me razão?; concorda plenamente comigo?! Pudera!, pois se até o nosso primeiro e o senhor presidente me pedem lições, conselhos… me dizem sim a tudo! Oh homem, quem é você ao pé daqueles?! Não viu logo que eu tenho sempre razão? O nosso presidente ter-me-ia dado razão logo no início da primeira frase. O quase siderado, está a falar de que presidente, senhor cliente? Eu contador, do Cavaco, claro! Há uns tempos estivemos juntos num jantar e eu falei-lhe numas coisas de Economia e ele ficou tão assombrado que me contratou logo para seu assessor… e apresentou-me ao Sócrates, pediu-me para lhe dar um curso intensivo sobre Economia e Finanças Públicas, e também para lhe falar do Maltês do Bronze, aquele que ganhava dez e gastava onze. Olhe, daqui a três, quatro quartos-de-hora vou até Belém… e só venho lá para Maio ou Abril…Ah pois!...
Foi aí, depois daquelas últimas palavras e das reticências, que me dei conta de que fulano era já absolutamente siderado. Juntei o Ricardo aos outros, dirigi-me ao caixa e, antes de efectuar qualquer pagamento, solicitei ajuda pr’á minha vítima.




Carlos Jesus Gil