tag:blogger.com,1999:blog-15826121448250390072024-03-08T10:48:40.948+00:00 O QUE ME VIER À REAL GANACidadãos do Universo, a partir de agora é o que me vier à real ganao que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.comBlogger671125tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-22737994863142643072017-06-20T04:54:00.000+01:002017-06-20T04:54:43.932+01:00Estrada 236
<br />
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;">A
permanência da tragédia tolhe-me qualquer pequeno pedaço de capacidade que
possa ter para levar a cabo a simultaneamente tormentosa e exultante tarefa de
escrever. Tento a prosa, ensaio um verso; atinjo por vezes um já significativo número
de caracteres, porém todos constituindo uma desengraçada amálgama, um amontoado
de palavras apenas com significado formal, tão só aquele que lhes é atribuído
pelo dicionário, nada de alma, nem réstia de emoção! Apago.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nada de alma nem réstia de emoção, no tema que me propunha
abordar, e que, devo admitir, surgia absolutamente a despropósito neste bocado
de vida que teimo em confundir com um filme de terror, um<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> script</i> competentemente macabro. Se tivesse sido escrito pela mão
do homem e posto na película ou em suportes digitais pelo homem e arranjado de
fotografia pelo homem e interpretado pelo homem dado a estas coisas, o pessoal
de Hollywood, tenho a certeza, tê-lo-ia galardoado com três óscares: melhor
fotografia; melhor realização; melhor filme. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">script</i>, até à última para ganhar, não arrebata o prémio apenas
porque perturbou demasiado a serenidade dos jurados. Outras categorias,
desconfio, também não seriam contempladas nem tão pouco nomeadas. A música, por
exemplo: uma banda sonora que acompanhasse em consonância aquelas perturbadoras
imagens provocaria um conflito cerebral imediato em qualquer mente crítica,
pois esta, é sua condição, habita o cérebro, e neste também moram os sentimentos
e as emoções. Talvez os efeitos especiais também trouxessem de Los Angeles a
estatueta cobiçada… Nada de alma nem réstia de emoção no tema que pretendia
desenvolver, pois toda aquela era tomada pelo que via na televisão, todos os
sentimentos e todas as emoções viajavam com as gentes daquelas terras do centro
do Portugal peninsular, materialmente com todas elas, as que faleceram, que os
mortos se dados às nossas consciências passam a ser todos nossos conhecidos,
com os feridos, com os desapossados, com os abnegados e heroicos combatentes,
com o povo como um todo, com o lar no sentido de Estado, de Nação, até mesmo
com os políticos empenhados em mitigar sofrimentos, em consolar corações
inconsoláveis, em encorajar quem sofre directamente na pele as consequências da
tragédia, mesmo com aqueles que, dissimuladamente, tentam tirar proveito da
dolorosa realidade. A minha alma, os meus sentimentos, as minhas emoções
encontram-se também com eles. Até mesmo com as televisões, as rádios, os jornais
e as revistas (em papel ou <i style="mso-bidi-font-style: normal;">online</i>) que
não perdem uma oportunidade para “tabloidar”. Até mesmo com estas entidades,
pois que elas informam, sim, mostram realidades que é fundamental não serem escondidas,
apenas pecando (está no seu ADN) por aos eventos susceptíveis de cativar
grandes audiências dedicarem tempo demasiado, principalmente em excessivos
directos, sendo estes naturalmente pouco dados à prévia e cuidada ponderação
exigível; por tanto insistirem no ocorrido, na notícia, tanto tanto que o
desvio acontece e esta vai perdendo a sua essência tornando-se, não raro, em mera
efabulação. E a realidade, já distante, a fazer pagar bem caro aos
protagonistas da desgraça, da notícia, aqueles que em verdade proporcionam a
venda da Coca Cola.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Abomino a censura, porém é-me assaz clara a urgência de
um lápis azul capaz de por termo a guiões que possam levar à realização de filmes
desta categoria. São argumentos escritos a duas mãos: a da global natureza e a
do homem. À parte do homem, revisão prévia! Com esta feita de forma idónea e
afastada do cinismo, até a Una Natureza será influenciada na sua criatividade.
Cinema deste, não! A comunicação social, essa terá sempre que noticiar… e
sensacionalizar.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estrada Nacional 236, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">décor</i>
de um pavoroso filme de terror. Deixei de gostar de filmes de terror! <o:p></o:p></span></div>
<o:p></o:p></span><br />
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-70474921560044466542017-05-10T02:19:00.003+01:002017-05-10T02:19:31.880+01:00Viagem na Roda Gigante
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A Feira
Popular era, de facto, popular. Fazia, sem dúvida alguma, jus ao seu velho nome.
Sextas, sábados, domingos, vésperas de feriados, feriados e períodos de férias
sempre a abarrotar. Nos outros dias, se bem que o bulício não fosse igual,
ambiente e vida nunca faltavam. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A história
que, resumidamente, vos vou contar tem como protagonistas um grupo de amigos,
em rigor conhecidos - pois nenhum ainda passou daquela fase que precede uma
eventual relação de amizade -, pessoas que se foram conhecendo, ao longo do
tempo, na Roda Gigante da Feira.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Dividia-os a
paixão pelo clube, pois por muito inverosímil que pareça cada um tinha o seu, e
cada qual o defendia com garras e dentes. Acesas discussões todos os
fins-de-semana e princípios da nova, em tempo de época, até o defeso chegar.
Embora as discussões não mostrassem sinais de conhecer um fim, o convívio
era-lhes inevitável, vital mesmo! As temperaturas das querelas, essas assim
como tão rápido subiam, também súbito desciam. O equilíbrio sempre espreitou, e
quando era de facto necessário entrar, entrava mesmo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora, se na
Roda se foram conhecendo, era porque na Roda se encontravam regularmente. Pode
mesmo dizer-se, sem que grande seja o exagero, sem se cair em avaliação
ridícula, tão só enfatizando, que viviam na Roda, tal não era o uso dado pelo
grupo de compinchas ao monstro de cadeirinhas voadoras! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não é para todos, a Roda! Um gosto danado pela
adrenalina, adictos inveterados, os impulsionou à viagem. Uma paixão doentia e
um amor calculista pelo trajecto alimentavam a rotina.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Todos
adoravam o ponto cimeiro, o cume, o zénite do lugar. Porém, por paradoxal que
às primeiras pareça, era cá em baixo, na base, onde cada um deles se sentia
verdadeiramente bem.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Só às
primeiras o paradoxo aparece como opção a reter, só às primeiras; bem depressa
chegam as segundas a mostrarem-nos que a lógica é reinante na factual
observação. É que uma vez chegados acima, todos o sabem, não tarda começa a
descida, e quão brusca ela é tantas vezes! Tão mais brusca quanto mais alto se
subir e menos cautelas forem postas na construção da inevitável descida. Ao
invés, cá em baixo, para além de ser ausente a possibilidade de queda
inquietante, para além deste perigo não existir sabe-se que, mais agora, logo
mais, recomeçará a subida. É o reino da ditadura do futuro, do sofrimento por
antecipação.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora, devo, a
bem de ficar de bem comigo próprio, referir que estas sensações de, digamos
euforia/depressão, as do falso paradoxo em relação ao lugar de surgimento, apenas
as sentem dois dos amigos, conhecidos, vá lá! Os outros desconhecem aquela
relação; para eles será sempre o eterno limbo emocional.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mas então,
continuando a história, que não é estória, impõe-se-me mencionar que a Roda não
sobe sempre direitinha, sem oscilações, o mesmo acontecendo com as descidas.
Assim sendo, volta e meia, ou menos que isso, vemos os das pontas serem
encostados aos ferros, e os do meio chegarem-se aos das pontas. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Raras são as
vezes em que os forçados encostamentos não encontram reacção alérgica, o que,
diga-se, e a comprovar o supra referido, não configura a presença de verdadeiras
amizades, mas sim mais o encontro de pessoas que se conhecem, convivem e sabem
não lhes ser possível dispensar esse convívio. Qualquer delas, das pontas ou do
meio, sabe serem indispensáveis as regularíssimas convivências, as repetidas
reuniões. O problema poderá surgir não tanto da natureza da reacção em si, mas
mais da intensidade da mesma. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já falam
entre eles, os que sentem o falso paradoxo e os do limbo, que a bem da digestão
de cada um, do bom funcionamento dos seus estômagos, deverão, todos, ter o bom
senso de, sem prejuízo de mazelas graves, claro, amparar, amortecer o choque
dos do meio. Caso não, os <i style="mso-bidi-font-style: normal;">vomitanços</i>
surgirão… mais tarde ou mais cedo.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>E é nesta
reflexão que se encontram todos, de há muito. Entretanto, a viagem continua.
Umas vezes sobe-se, outras desce-se. Por ligeiro que seja o declive, curto é o
tempo na horizontal.<o:p></o:p></span></span></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-4593845055007400402016-12-22T02:39:00.001+00:002017-01-04T22:53:28.306+00:00Há Tradições e Tradições<br />
<span style="color: #313131; font-family: "sourceserifpro-regular" , serif;"><span style="color: black; font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 106%;"><o:p><span style="color: black; font-family: Times New Roman; font-size: small;"> </span></o:p></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 106%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">UMA ALDEIA, UM MONTE,
UM VELHINHO, O FILHO, UMA MANTA E UM CANIVETE<o:p></o:p></span></span></span></b></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<div style="background: white; line-height: 18pt; margin: 7.5pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #313131; font-family: "SourceSerifPro-Regular",serif;">Conta-se que naquela
aldeia, mandava a tradição, chegados a uma determinada idade os velhinhos eram
levados pelo filho fisicamente mais possante para o cume da montanha em cujo
sopé tinha sido edificada. Com eles levavam apenas uma manta, um alforge com
comida para alguns dias, bem como um garrafão com uns litros de água. Ninguém o
fazia por maldade, mas a verdade é que os velhinhos eram levados para ali
terminarem os seus dias… Era a tradição, qual Lei Superior, qual
Jurisprudência! Ninguém reclamava! <o:p></o:p></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<div style="background: white; line-height: 18pt; margin: 7.5pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #313131; font-family: "SourceSerifPro-Regular",serif;">Tudo termina
quando, naquele Dia de Mudança, ao despedirem-se lá em cima, mesmo antes de o filho
retornar à base, triste, obviamente, o pai lhe pergunta: “filho, trazes contigo
um canivete?”, “Claro, senhor meu pai, trago sempre”, “Então, como a manta é
tão grande, corta-a ao meio. Assim ficas já com uma para quando o teu filho te
trouxer para cá. Escusas de comprar.”… O filho não tarda a perceber que há
tradições e tradições. Esta já não teria mais dias para contar! Pega no pai, não
se sabe se trouxe consigo o saco e a manta e a água, bem presente encontra-se o
facto de os dois terem voltado para casa juntos, e que foram ainda bastantes os
anos em que com estima conviveram e se trataram de filho e senhor meu pai.<o:p></o:p></span></div>
<span style="color: black; font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<div style="background: white; line-height: 18pt; margin: 7.5pt 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #313131; font-family: "sourceserifpro-regular" , serif;"><o:p></o:p></span><br /></div>
<span style="color: black; font-family: "times new roman";">
</span> </span><br />o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-35882998925122835752016-11-11T01:15:00.003+00:002016-12-22T02:10:28.070+00:00Importâncias<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;">IMPORTÂNCIAS<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt;"><o:p> </o:p></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
Que m’ importa<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
que tu não saibas?:<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<o:p> </o:p></div>
<div style="text-align: center;">
o que é o PIB;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
o valor do défice;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
o Pacto<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
de Estabilidade <o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
e Crescimento<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
(ainda que sintas o tormento);<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
o spread;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
a inflação;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
o abortado Tratado Constitucional
da União;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
o funcionamento do coração;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
os traços da Arquitectura;<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
escolher televisão<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
(ainda que te ocupe boa parte do
serão).<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<o:p> </o:p></div>
<div style="text-align: center;">
Que m’ importa?,<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
que m’ importa?<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<o:p> </o:p></div>
<div style="text-align: center;">
Do teu parco saber vem-me o pão<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
e a razão<o:p></o:p></div>
<div style="text-align: center;">
quase toda!<o:p></o:p></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-72915776690204336462016-08-11T23:42:00.000+01:002016-08-11T23:42:19.943+01:00O PAPEL DOS EUCALIPTOS<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Um chão de
relva mal aparada – bem, talvez seja um eufemismo chamar-lhe relva, mas vegetal
era com toda a certeza – constituía o palco. A boca de cena, embora parecesse
enorme, não mais tinha que uns escassos metros, uma meia dúzia, quando muito.
Ao fundo, um oceano de pinheiros bravos, neste tempo bravos pinheiros. Se não
soubéssemos da quase redondez da terra e que o horizonte é enganador, diria que
o mundo físico termina em pinheiros, bravos pinheiros.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
À
hora estipulada o espectáculo tem início. Uma oliveira e duas azinheiras com
notória aparência de desidratação, mesmo para quem tem muito de xerofilia,
entram em palco. Dirigem-se de imediato para o fundo deste, como que procurando
a proteção dos bravíssimos pinheiros. Um tudo-nada mais tarde entram em cena um
eucalipto, mais outro eucalipto e, pasmemos!, ainda outro eucalipto. Todos eles
suculentos e bastante enérgicos. Todos eles ligeiramente diferentes uns dos
outros. Os genomas, dava para entender, não seriam absolutamente iguais Eram,
todavia, idênticos; eram todos <i>eucalyptus</i>.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A
<i>contracenação </i>tinha pleno início. O
espectáculo era composto por uma série desusada de actos, mais que seis, já não
lembro bem quantos eram ao certo, mas eram mais que meia dúzia. Havia uma outra
particularidade, é que o último acto era deixado em aberto, ou seja, à guisa de
telenovela brasileira, o final da peça teria de, forçosamente, ir ao encontro
do que, depois de perguntados, a maioria dos espetadores escolheria –
democraticamente e de braço no ar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assistimos
aos actos todos, quer dizer, alguns foram saindo como que enfastiados, mas a
maioria, diga-se, assistiu aos actos todos com devoção e indignação. Eu, e falo
por mim, vivo as coisas… no cinema é a mesma coisa. Às vezes dou por mim a
trincar a língua e de punho em riste virado ao vilão da fita. A sorte é que
nunca vou sozinho, senão era um embaraço do caraças. Bem, nos intervalos, que
foram bastantes, ia-me preocupando com o desenlace de todo aquele enredo. É que
os eucaliptos, óptimos, justiça seja feita, para o papel em que fora escrito o
seu próprio papel, não cansavam de desancar nas coitadas, isso mesmo, coitadas,
da oliveira e das azinheiras. No acto que precedeu a votação do público, a tal
que decidiria o último acto, de tanto serem sugadas já quase não se tinham de
pé oliveira e azinheiras. Causava dó, indignação, revolta!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estóico
eu me considero, mas, pessoal, há um limite para tudo… ou quase tudo. Durante
este último intervalo, muito resumidamente escrevi aquilo que,
independentemente do final que fosse escolhido, a meu ver aconteceria às três
xerófilas. Pedi a um segurança o enorme favor de entregar o papelinho ao
encenador – segundo ele, um coletivo de entidades “desconhecidas” -, e vim
embora.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
…
Um tanto mais tarde, recorrendo, com dificuldade já esperada, a uma biblioteca
pública, vi que, infelizmente, como escrevera, a peça terminou com os
eucaliptos a crescerem a olhos vistos – como estamos em matéria de efeitos
especiais!!! - , enquanto oliveira e azinheiras sobreviviam acanhadas, quase só
fazendo sombra, tímida sombra, elas próprias uma sombra do que outrora foram.</div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-67106214247448582872016-05-24T00:20:00.000+01:002016-07-20T02:35:56.953+01:00Os Sentidos<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: "calibri";">OS SENTIDOS<o:p></o:p></span></span></b></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p><span style="font-size: small;"> </span></o:p></span></b></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Mundo é belo! O Mundo é extremamente belo se vivido e apercebido por inteiro.
Sem esta premissa ele ronda a neutralidade, vivível mas quase
neutro. <o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
O Mundo é lindo pelos ouvidos, ó, se é…!; é-o pelo nariz, pelo tato, pelo
palato – hummm! <o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
Porém,
que é do Mundo sem a Luz?! A escuridão só não integra o absurdo - aliás, chega
mesmo a ter dotes de flor, de Grande Mãe, de Cinderela! - quando a luz nos é
possível.<o:p></o:p></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Todos diferentes, todos iguais?! Sinto que não. <o:p></o:p></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<br />
<span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><br />
<span style="font-family: "calibri";"><br /></span></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: "calibri";"></span></o:p></span></b> </div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-68293576695641647372015-08-06T05:05:00.001+01:002016-05-24T00:44:52.769+01:00A Literatura é o Bairro Deles<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><br />
<o:p>
<br />
</o:p></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><b><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 14pt;">A
Literatura é o Bairro Deles</span></b><span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"></span><div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">É
um cavalo-alado, vejam, é um cavalo-alado! A noite estrelada e aluada traz-nos
um cavalo-alado. Vem para aqui, está a chegar. Venham, venham ver o belo animal
que nos chega doutro reino. Larguem o que estão a fazer, e cheguem cá. Não
quero ser só eu a recebê-lo, desejo partilhar esta memória futura com vocês.
Deixem, deixem tudo e venham para aqui. Já aterrou, venham ver. Ena! Mas que
grande, tão grande que é o cavalo-alado! Martim, és tu? Olha-me para este
animal encantador! Repara-me nestas asas, tão grandes, são maiores do que as de
alguns aviões. Malta, é um cavalo-alado, aqui na praça está um cavalo-alado, e
vem montado. Vem montado, o cavalo-alado, não vem sozinho. Tem frio, meu
senhor? É noite e está frio, quer entrar ali no café?... Martim, ele não diz
nada, será que não me entende? Senhor, quer tomar uma bebida quente ali no
café?... Nada, não diz nada. Talvez esteja a pensar no cavalo, onde deixá-lo,
já reparou que não cabe na porta do café. Senhor, o animal pode ficar ali na
garagem do meu pai. Martim, por que estás tão calado? E onde está todo o
pessoal do bairro, não gostam de ver cavalos-alados? Se calhar vêem-nos muitas
vezes, talvez seja por isso, mas eu, juro-te, é a primeira vez que estou ao pé
de um… E do montador… Olha que roupa tão, sei lá, tão adequada à montada! Onde
terá ido comprá-la? Se calhar não quer entrar no café e beber uma bebida quente
porque não tem frio nenhum. A roupa não deixa o dono ter frio… nem molhar-se,
se chover…. Mas então, que quererá ele, Martim? Por que veio cá? “ Menino Rui,
venho da parte da Literatura. Quer o Conselho dos Fazedores daquela que eu vos
entregue esta missiva. Escolheram o vosso bairro, como antes escolheram outros,
e a demanda não terá fim. Gostariam imenso que mudassem de residência, não que
esta não seja digna, mas tão só porque sabem que algumas pessoas é como se não
tivessem sido paridas, se não se afastarem da parteira… da parteira, não da
mãe. Tu e o teu amigo são desse raro tipo. É por isso que ninguém mais nos veio
ver. Nem sequer te ouviram chamar por eles, apenas o teu amigo. Somente vocês,
de entre todos os do bairro, vão entender esta folha. É uma simples folha, duas
páginas. Compreenderão que não poderia trazer-vos menos que duas páginas.
Vocês, só vocês e mais uns poucos em mais uns poucos bairros já visitados, se
encontram capazes. A Literatura é o vosso bairro. Eles sabem!”. Senhor,
entregue-nos então a folha, por favor! “ É para já, menino Rui. Pega. Leiam-na
juntos. Depois, com tempo e muitas noites e dias de permeio, façam pela causa.
Chega aqui, pega!”… Martim, está em branco! Mas, senhor, está em branco!<o:p></o:p></span>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;">O
montador, já em cima da montada, sorriu e disse: “Está tudo aí. Vocês vão
ver!”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"></span><br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "georgia" , serif; font-size: 12pt;"> O cavalo relinchou, depois, usando primeiro as patas e
logo a seguir as asas, levou para longe no Céu estrelado e aluado o mensageiro
do reino das Palavras.<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
</span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
</div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-39212535147887630672015-04-07T18:23:00.005+01:002016-12-22T02:44:55.787+00:00Fotoshop<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Há cerca de
dois meses que eram amigos no Facebook. Não se conheciam, jamais se haviam
visto, ver-se-iam, vão ver que sim, mas jamais iriam conhecer-se. Viviam longe
um da outra, uma do outro. Esta coisa do <i>longe</i>
é bastante relativa, mas sim, viviam longe um do outro neste exíguo Portugal
peninsular, ainda assim tinham alguns amigos em comum. Talvez daí a amizade, no
fundo uma amizade por contágio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Eh pá,
pessoal, o gajo não era mal-parecido, ela, hummmmm, um mimo, daquelas de capa
de revista, vá lá, das páginas centrais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Afoito como
era - não sei se ainda o é, pois só imaginei o passado -, desde o terceiro dia
daquela maciça amizade que encetava, ele, o António, conversas brincalhonas com
a beldade, a Rita, Rita Maria, adianto mais um pouco na precisão. Ele com cara
de uns trinta e poucos, ela com aparência de não mais que vinte e cinco, por
aí. Bem, ao cabo de duas semanas já a desafiava para um desejado fim-de-semana
no Algarve. Ela, em jeito de brincadeira, dizia: “ vamos às caraíbas passar uma
semanita “. Ele: “ Ok, vamos marcar isso “. Embora ambos se dissessem numa
relação, tal não impedia estas conversas, aliás, não impediu, de todo, o desenvolvimento
da intensidade e da densidade da temática. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Então, era
tempo. Caraíbas, fora de causa!, Algarve também, agora Alentejo, o romanesco
Alentejo, é para já. Deliberaram. Até porque a moçoila era - talvez ainda seja,
como dei a entender não imaginei o futuro do passado – de Santiago do Cacém.
Ele, a confiar nas informações disponibilizadas, de Aveiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> “ Ritinha “,
já a tratava assim, “ consegues alforria no próximo fim-de-semana, de sexta a
domingo?, “ Sim, em princípio sim. Amanhã confirmo-te, pode? “, “ OK “. Era
segunda-feira, terça à noite já havia resposta... positiva. Ele ia gastando as
mãos, de tanto as esfregar de contentamento. Não cabia em si. Na próxima
sexta-feira iria encontrar-se, pelas oito da noite, da tarde, que a primavera
já se impunha, e a hora de verão voltara, num simpático bar, por ela sugerido,
em Vila Nova de Santo André. No apelativo litoral alentejano. Uma vez lá,
marcariam hotel, ainda antes de faustoso e afrodisíaco jantar. Falavam mesmo
neste registo, com <i>smiles</i> à mistura, obviamente. Comida à maneira, melhor,
comidas, pois!, também das que se enquadram no quadro, passe o pleonasmo, que
essas são mesmo as do menu principal; praia; descanso... bem, descanso talvez
não, nem convém. Duas noites e três dias de paraíso, que os momentos que
antecedem estas coisas, logo após a alvorada, já contam. Ó se contam! Até o
trabalho não sabe a isso, durante a sexta programada. Duas noitadas e três dias
de paraíso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Ora, à hora
marcada, mais coisa menos coisa, lá estava o António, depois de curta busca, no
bar combinado. Um barzinho bem simpático e, para espanto do aveirense, com
bastante movimento para hora ainda tão jovenzinha. Ok, era sexta-feira, mas às
oito horas?! Pelos vistos ali era assim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Então, toca de pedir um copo, de o ir
bebericando à medida que ia metendo os óculos em tudo o que era canto, na
esperança de já lá se encontrar aquela doce e encantada cara conhecida... Mas
nada. Na mesa ao lado, não; nas mesas mais próximas, o mesmo; nas mais
afastadas, igual; ao balcão, de todo. Como se conheciam tão bem, nem combinaram
lugar no bar, esta geografia por si só bastaria, pois mal se olhassem...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Passa um
quarto de hora, meia hora já lá vai, uma, e já passa das nove, mas nada,
absolutamente nada. A distância percorrida implicava mais um sacrificiozinho,
esperaria pelo menos mais uma horita. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Às onze e
meia da noite, já o bar começava a ficar pelas costuras, decide dar meia volta,
não esperaria mais. Procurar a auto-estrada e rumar à Praça do Peixe, a capital
da noite em Aveiro, era agora o seu objectivo imediato, o hospital certo para a doença aguda que o atormentava. Tinha
olhado, por vezes aturadamente, para todas as mulheres presentes naquele bar,
para as que já lá não se encontravam, para as que iam entrando, mesmo para as
acompanhadas. Nada. E com aquele comportamento não tardaria estaria a levar no
pêlo, pela certa. Tinha sido ludibriado, gozado, literalmente gozado. Alguma
vez?! Uma beldade daquelas para os seus queixos, tá bem, tá!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> Pouco mais
que vinte minutos depois da decisão tomada e levada a cabo pelo António, que
agora se sentia Tóino, uma senhora toda só numa mesa bem perto da sua, de olhos
que já não aguentavam mais, procede da mesma forma. <o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Ambos se encontravam inconsoláveis,
cada um se dirigiu à sua viatura, os bancos do lado, ambos vazios.<o:p></o:p></span></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-57634461056708251252014-12-24T19:47:00.003+00:002014-12-24T19:47:54.041+00:00Regresso a Vénus<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<span style="font-size: x-small;">Repostagem</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-size: 14.0pt;">REGRESSO A VÉNUS</span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
…
Uma caixa de brocas perfurantes; radar/gps com funções de mapeamento; dez
baterias de Z amperes; três caixas de pílulas XPT; três venuso-fatos; tenda
venusiana ultra… Logística completa!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Vinte
e dois de Dezembro de 2040, 14:30h TMG, algures numa base europeia de vocação
espacial, e logo após uma contagem decrescente, um foguetão inicia a sua ascensão
aos “céus”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
…Vinte
e quatro de Dezembro de 2040, 22h TMG, três homens, depois de terem comunicado
com as suas famílias, acabam de se “deleitar” com uma “faustosa” refeição
sintética… Até que soubera bem; até que estavam bem-dispostos…fisicamente. A
missão corria na perfeição!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Todavia
sentiam-se tristes, tristes porque não haviam trazido consigo <i>um</i> <i>pedaço
de musgo</i>, <i>uma árvore de natal</i>.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Erro
de logística!<o:p></o:p></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-37554364588127724572014-12-10T02:39:00.001+00:002014-12-15T01:50:03.860+00:00Ping Pong e outras Coisas<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">O polivalente da escola, uma secundária da académica Coimbra,
era palco de um vaivém ininterrupto de jovens sem tempo - foi o que pensei na
hora, não agora que refleti com tempo -, tal não era a pressa de chegar sei lá
onde, talvez, quem sabe?, ao sítio de onde nunca saíram. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Era hora de almoço, este não furtava
grande tempo aos destinatários, até porque uma boa parte das refeições era
servida no bar, no balcão das sandes e dos sumos, de modo que, assim, aquele
pátio interior, naquela tarde de chuva, como noutras em horas destas e a rua a
não convidar, encontrava-se à pinha. Ouvia-se uma musiquinha nos altifalantes
do equipamento, música pop-rock, para gregos e troianos, assim não há
problemas. Às vezes, algum aluno mais ousado, por exemplo um gótico assumido,
lá metia algo que enojava muitos e deliciava alguns, o seu clube restrito, com
palavra, santo e senha. Como qualquer culto, pelos seus adorado, pelos outros
abominado. Metal, trash metal, hard rock, também por lá passavam. Até jazz,
vejam lá... putos a gostarem de jazz! Mas, calma, o pacífico pop-rock era
hegemónico. De quando em quando, a vez dos outros. Havia como que um contrato
tácito, no que respeita à música ambiente – não ao som ambiente, que esse era
uma mistela de muitas coisas, coisas de gente e coisas de coisas (como é bela e
útil esta palavra tão polissémica! O Mário Zambujal bem que tem razão), ruídos,
por assim dizer. O certo é que nunca presenciei rixa alguma por causa de um ou
outro ouvido mais azucrinado por esta ou aquela música que o outro meteu no
leitor. A indignação, que a havia, era contida pelo respeito. É, a malta também
possui esta ferramenta, se por vezes não a usa é mesmo porque não quer. E isto
pode ser lamentável ou não. Quer dizer, é, é sempre, estava aqui a pensar na
irreverência, mas esta quando justificada e pura nunca é falta de respeito.
Concordam? Vocês também o serão, não? Eu sou-o, eu cá sou irreverente e sempre
fiz por sê-lo. Houve até alturas em que uma coisa – Estão a ver? Bendito vocábulo!
– a que chamam bom-senso me tentou impedir de me insurgir contra a verdade de
outros, e eu, logo todo abespinhado comigo mesmo me disse: “Estás tolo ou quê
pá? Pior, és covardolas agora, és? “. Foi logo, rajada de argumentos e chuva de
ações atacantes, que a melhor defesa sempre foi o ataque.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Bem, era um vaivém de gente para um
lado e para o outro, de todos e para todos os lados; as cadeiras todas ocupadas;
o palco da sala também repleto, os parapeitos das largas janelas eram assento
de casalinhos assolapadamente apaixonados, para toda a vida de uma semana, que
para a outra, as outras, existirão outros assentos, outras janelas, como sempre
acontece. O é só a ti e a mais ninguém assume aqui, nestas salas, nestes
encostos, uma verdade tão absoluta quanto a que assumirá mais tarde em salas
maiores ou menores, e cadeiras com outros tampos. Era um vaivém ininterrupto e
um barulho, agora assumo, um barulho ensurdecedor, da música, das palavras, dos
gritos, dos risos, do arrastar das cadeiras e das mesas, enfim, das coisas
todas, era um barulho ensurdecedor e, alheia a tudo em seu redor, alheia de
ouvidos e mente, aquela jovem não focava senão o ecrã do seu smartphone. Ora
escrevia, ora lia, ora escrevia, ora lia, assim durante, sei lá!, no mínimo uma
boa meia hora, que foi mais ou menos quanto eu demorei à porta da Direção,
enquanto esperava o diretor, a fim de resolvermos uns imbróglios próprios das
coisas das escolas. A diligência foi rápida e eficaz. À saída, e já a
preparar-me para ir para uma aula, acerco-me da jovem e, mesmo não a conhecendo
de todo, pergunto-lhe: “Posso jogar com vocês“, “ Jogar?! Jogar a quê?”, “Às
mensagens, ao ping pong de mensagens.“ Perante a sua estupefacção, não insisto,
retiro-me e vou dar a aula. Até porque o tal bom-senso me dizia que não era
motivo para uma falta injustificada.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><br />
<span style="font-family: Calibri;"><br />
</span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
</div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">
<span style="font-family: Times New Roman;"> </span></span> </span>o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-42943478878022213352014-10-20T17:39:00.004+01:002014-10-20T17:39:47.843+01:00O mais do tempo, voo!Vim de longe<br />
De outros lares, de outras lições<br />
Onde em clausura, qual monge!<br />
Me afundei em emoções<br />
<br />
Quis sair<br />
Fiz-me ao caminho<br />
Troquei todo o meu vestir<br />
voltei de novo ao menino<br />
<br />
Novo começo<br />
A novidade<br />
Mas na alma um arremesso <br />
Me alertava pr’á saudade<br />
<br />
E nesse brado<br />
Que vem de dentro<br />
Vejo-me louco, enganado<br />
Na direção do tormento<br />
<br />
Volto a mim<br />
Dou-me à razão<br />
Junto ao verde o carmim<br />
É esta, a minha canção<br />
<br />
REFRÃO<br />
Com barbatanas nadei<br />
Não muito, que não gostei<br />
Não é pr’a mim isso, eu sei<br />
<br />
Deram-me asas <br />
e voei, voei, voei...<br />
Sem pausas sempre voei<br />
<br />
Porquê, mãe natureza?<br />
(Ocorre-me perguntar)<br />
Se nem o pássaro, que adeja<br />
Vive constante no ar!o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-1636742420140653142014-09-29T03:18:00.002+01:002014-09-29T03:25:46.909+01:00Sobre Música - Aplicando-se a outras artes<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span lang="PT">Coltrane
tocava de forma magistral. Ninguém necessita tocar como ele, aliás, convém nem
o tentar. A magistralidade só poderá conseguir-se, como ele e muitos outros a
conseguiram, não imitando-o, não imitando-os. Muito pelo contrário, somente usando
a informação, as ferramentas ao dispor de todos, matérias-primas que, uma vez apreendidas,
com imenso trabalho, dominadas com destreza, mas sempre em simbiose com um
coktail imprescindível – personalidade, idiossincrasia, alma - se chega a… Num
dizer mais comum: talento e tormento; inspiração/transpiração. Muitos o
afirmam, eu o confirmo, 99% será trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tratamos de magistralidade, um tanto
acima da excelência. Para aquela, condição <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sine
qua non</i>: não à imitação. Quanto à outra existe lugar para a cópia, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">cover</i> - com trabalho, muito, e algum
talento, os resultados ver-se-ão. Para aquela, quem aqueles pressupostos não
respeitar, porque não pode ou porque não quer - na composição, na execução -,
jamais, tenho para mim, marcará pontos. Limitar-se-á a debitar, em matemática
sonora, a informação recolhida. Será igual a tantos outros por esse mundo
afora. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Talvez Coltrane, como outros
verdadeiros mestres, desejasse um futuro de progresso infinito para o Jazz,
para a Música em geral; talvez sonhasse que um dia o superassem, não em
magistralidade, mas em conhecimento e ferramentas. Ele sabia que não podemos
estacionar nos clássicos e seus <i style="mso-bidi-font-style: normal;">standards</i>,
que devemos usá-los para avançar, como uma parte do Caminho. O Caminho que só os
que marcam pontos podem construir. Na origem nem tão pouco havia asfalto,
depois ele surgiu, mais tarde de qualidade e textura mais condicentes, agora e
no futuro com renovadas formas de pavimentação. Porém, sempre o mesmo caminho
que, e aqui é que está o Ganho, em nenhum sector jamais sofrerá desgaste, dano
algum, tal não fora a qualidade de construção.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span lang="PT"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É obrigação de quem pode, continuar a Estrada!<o:p></o:p></span></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-84044148580182675562014-06-24T04:40:00.000+01:002014-06-25T01:31:55.186+01:00Casas do Povo<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No dia 26 de
Abril de 2014, um sábado primaveril, eu, o meu irmão e um grupo de amigos fomos
tocar à Casa do Povo de Mira.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Um evento
no âmbito das comemorações dos quarenta anos do Vinte e Cinco de Abril de Mil
Novecentos e Setenta e Quatro. Tocámos e cantámos músicas e canções – Palavras vestidas
e engalanadas, sem vaidades, apenas para que mais facilmente despertem a
atenção daqueles por quem vivem - a condizer, pois claro! Não faltaram o Zeca,
o Zé Mário, o Sérgio, o senhor Paredes, entre outros nomes Maiores do nosso
manancial musical de intervenção. Havia, como sempre em tudo há, limites de
tempo, caso não, muitos mais companheiros de causa se lhes teriam juntado.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Houve também
Poesia dita, e que bem dita que foi por um grupo de boa gente de Aveiro que fez
questão de, com razão e emoção, aceder à solicitação que lhes fora dirigida!
Bonito! Poesia da grande, daquela que menos não é que Filosofia. Filosofia como
a Filosofia, Filosofia-Filosofia, que há uma só, aqui, no entanto, mais amante
do sentimento, da forma, da imagem bela cultivada mas não adulada, dos gestos,
dos sons. Sim, que um Poeta é um Filósofo esteta. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Houve ainda <i style="mso-bidi-font-style: normal;">discursos à maneira -</i> daqueles não
prolixos, que o tempo, como se disse, também não era muito -, dos que com pouco
se diz muito.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bem, correu
tudo pelo melhor. Senti-o assim, parecendo-me que aos outros lhes sucedeu o
mesmo. Correu tudo maravilhosamente bem a nós, músicos, aos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Dizedores </i>de Poesia, à organização do
evento, bem como aos seis espectadores indefectíveis que assistiram ao
espetáculo... As portas encontravam-se franqueadas, era para todos, até dar,
claro, mais apenas vieram seis! Apesar de não se tratar de Pop-Rock, confesso
que esperava muito mais. Ainda assim, reitero, foi maravilhoso. E depois a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">coisa </i>talvez não tenha sido bem
divulgada. Nem na SIC passou!!!!<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Mais uma coisita:
assomou-me à cabeça que o facto de nesse dia as portas da Casa do Povo se
encontrarem abertas, e para quem quisesse, tal não significava que sempre ou
com regularidade aceitável assim fosse. As portas estavam abertas, verdade; de
vez em quando estão abertas, verdade. Alguém as abre. Alguém que tem as chaves,
digamos, o senhor das chaves, ou um dos senhores das chaves da Casa do Povo. É
que a Casa é do Povo – e neste país existem tantas! -, mas só alguns têm as
chaves!<o:p></o:p></span></span></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-76107378917774152042014-05-27T00:12:00.002+01:002014-05-27T00:12:57.241+01:00Coisas Curtidas<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"> Os tremoços e as azeitonas estão a curtir. A pele também curte. Cá para mim, tudo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">malta</i> fixe, curtida! Os tremoços e as azeitonas, tenho a certeza, para além de curtirem uns com as outras também curtem rock, vá lá, pop-rock...mesmo jazz. A pele, essa curte música de dança. Não há outra hipótese!<o:p></o:p></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-10534391066725085562014-05-22T22:43:00.000+01:002014-05-22T22:43:13.047+01:00Ping Pong
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Há bocado, aí pelas dez e meia,
encontrando-me à mesa de um café a beber o “Copo da Casa”, eis que vislumbro,
perto de mim, numa mesa ali ao lado, uma bela e elegante moçoila tenazmente
entregue à nobre tarefa de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ping pong de
mensagens</i>...<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Ganhei coragem, acerquei-me dela e
perguntei se podia jogar com ela, “Jogar a quê?!”, ela, “Às mensagens”.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Ela sorriu, e eu não fui atrás... És
cá um tóininho, Ricardo Manuel, uma pena!<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-66132783279127321102014-05-16T01:48:00.000+01:002014-05-16T01:48:06.025+01:00Jogo de Cintura
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Se toda a gente dissesse apenas o que
pensa, se todos, sempre que falamos, jamais traíssemos a nossa verdade; se
todos sempre se comportassem de acordo com as suas convicções, tão e tão só de
acordo com elas, ai da sociedade!... Não funcionaria, de todo! Uns para cada
lado, o caos instalado, um turbilhão de intenções concebidas para nascer,
impossíveis de abortar, arrancadas das entranhas de quem em prática as daria a
conhecer, a profusa confusão, o fim da arreigada e heterogénea tainada.
Amizades, poucas. Veríamos, no entanto, sorrisos genuínos, ouviríamos
gargalhadas loucas de paixão pela razão do próprio riso; como ouviríamos choros
intensos, profundos e inelutáveis lamentos. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De acordo
com este raciocínio, e querendo nós que a sociedade funcione e em pleno, há
que, se não formos ingratos, fazer um elogio à hipocrisia, dizer um: bem hajas,
hipocrisia! Bendita hipocrisia, benditos hipócritas, nós! Os que não o são,
ora, esses doutrinam a confusão. Longe desses! <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Bem, num modelo social em que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">discutir</i> é trocado por <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ralhar</i>;
em que uma peleja de natureza argumentativa, com arsenal puramente dialético,
retórico, é preterida em benefício de uma batalha por ideias feitas e tidas
como verdades absolutas, opiniões que são as válidas porque são nossas, ideias
e opiniões que se querem impostas porque são as que perfilhamos, uma batalha
que quando ganha emite diretamente do perdedor para o ganhador quantidade
apreciável da sua energia; numa sociedade que não tem em relação à discussão o
apreço que se deve ter por tudo o que permite chegar à razão, à verdade do
momento, do tempo -mais ou menos alargado, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>não importa-, do tempo de todos os
contemporâneos e, se for o contexto, dos tempos dos que já foram e dos daqueles
que hão de vir, num modelo social assim, somente, mesmo!, com jogo de cintura!
É, quando o paradigma construído e largamente difundido é este, e tão bem
sabemos que o é, então só nos resta, de facto, se almejamos um grau de
intranquilidade satisfatório -que a tranquilidade absoluta não é uma opção do
catálogo-, entramos no jogo. E sim, faz todo o sentido o elogio à hipocrisia. É
um elogio proveniente do bom-senso e da resignação, mas merecerá ser genuíno.
Não, não temos que nos envergonhar de genuinamente elogiarmos algo que
interiormente repugnamos, pois é uma ferramenta fundamental que nos é
oferecida. Com ela construímos os apetrechos que nos evitam tropeços,
trambolhões, mazelas várias. E até podemos aduzir aqui a estas alegações
exemplos de quão mazelados, literalmente, ficamos de quando em quando, ao optarmos
em determinadas alturas pelo não fingimento, entrando desse modo numa outra
via, a do<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> porradar</i>. São frequentes
estes exemplos, pelo menos apresentam uma frequência muito acima do que uma
sociedade, um grupo de sócios, não é?, deveria admitir. Muito para lá do
tolerável, pois somos o habitáculo da imperfeição, logo episódios daquele teor
serão sempre admitidos, mas sendo raros, exceções, não como exceções/regra. <o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">É que, e isto é-nos tão natural,
cultural, quando entramos numa discussão é já com o pressuposto de que a razão
é nossa, como tal nunca nos poderá passar pela cabeça, ainda que passe, mudar
de opinião. Se o outro é deveras persuasivo, tão eloquente que nos consegue
mesmo uma mudança, raramente lhe mostramos isso, em sua vez, zangados –e só pode
ser conosco próprios-, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">porradamos</i>!<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;">Bendito Jogo de Cintura!<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><o:p></o:p></span></span> </div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-84345276176361460452014-05-08T01:08:00.001+01:002014-05-08T01:08:22.545+01:00VIVER NO TEMPO; VIVER O TEMPO
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"></span></span></b> </div>
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O que
depreendo; pelo menos o que penso: <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Viver no tempo</span></i><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"> sem viver o tempo implica uma atitude de absoluta
passividade. O sujeito que está na vida deste modo é como que um passageiro com
passe vitalício mas com destino limitado e circular. É curto o raio da sua
ação, sendo em consequência curto o diâmetro da circunferência que descreve com
os seus curtos passos; para mais, não ousa nunca sair do perímetro, da linha.
Nunca experimenta uma inflexão, fosse ela ao menos para dentro. Confunde-se o
seu local de origem com o de passagem, passagens ou mesmo estadas. Apenas
aquele, o de origem, é de algum modo pensado, e não por ele.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O facto da
posse de um passe assegurado e vitalício, pelo menos enquanto for senhor da
razão, da sua razão, pode levar-nos a crer ser um paradoxo o acima afirmado,
mas será de pequena duração esta hesitação. Pois uma ausência de restrições de
movimentos existe, porém ela é parceira de uma permanência, a da limitação de
horizontes. Um sujeito deste tipo pode - como todos os que podem, todos os que
estão na posse da razão, da sua razão -, pode mas não tem vontade. Esta é-lhe
alheia. Sabe que existe, que é dos conceitos materializáveis mais importantes,
até experimenta, de quando em quando, encontrá-la, mas depressa desiste. É um
sujeito com posses mas sem vontade! É alguém que se deixa conduzir, que não
decide caminhos, rotas, alguém que por norma não faz escolhas. A vida, o
próprio tempo é para este sujeito o decisor, o transporte e o condutor.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 8pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ora, ao
invés, um ser que <i style="mso-bidi-font-style: normal;">viva o tempo</i>, é um
sujeito ativo. É ele <span style="mso-tab-count: 1;"> </span>quem
traça as rotas no mapa, quem o procura, quem aponta para esta ou aquela escala,
quem o estuda, quem o reflete. Pode até nem compreender todos os percursos - e
é isto mesmo que acontece a maior parte das vezes -, pode até nem levar até ao
fim algum dos empreendidos, pode até nem cumprir nenhum, porém atreve-se a
encetar a viagem, mais, tudo faz por ela, pois é para ele fundamental que as <i style="mso-bidi-font-style: normal;">coisas</i> tenham sentido, e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">elas </i>apenas o têm se o seu cérebro e
toda a orgânica que compõe o seu todo material, em conjugação com o que nele é
espiritual empreenderem, não se acomodarem. Para este sujeito o tempo é o
transporte, o veículo, mas é ele quem o conduz. Um sujeito assim viaja de
verdade, na Terra, no Éter, por onde lhe for possível. Faz escolhas, as
possíveis e as impossíveis. Constrói possibilidades ou miragens de
possibilidades. Numas e noutras, construções... a vida!<o:p></o:p></span></span></div>
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-17239449766572230382014-05-04T22:54:00.005+01:002014-05-04T22:59:34.956+01:00Palavras "Novas"...<br />
Ninguém pensava, mesmo tendo em conta a vitória em casa por dois a um, que o Benfica chegasse à Final da Liga Europa. O adversário era muito poderoso, historicamente muito poderoso. À Juventus, nunca, de todo!, lhes passou pela cabeça ficar a assistir à Final da prova, ainda por cima no seu estádio, desconfortavelmente instalados em sofás, frente a plasmas. Mesmo os benfiquistas, lá bem no seu íntimo, despensavam da capacidade da equipa para ultrapassar o manhoso e poderoso concorrente e chegar à Final de Turim. Tal é a himalaianeidade da empresa! Sim, um objetivo possível, mas de grau de dificuldade himalaiano, convenhamos!<br />
O jogo da segunda mão? É daqueles espetáculos que só mesmo ouvistos!, como uma Obra Maior em música.o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-43256009287363718302014-04-10T22:02:00.003+01:002014-04-10T22:02:52.641+01:00Parabéns, Benfica!Parabéns, Benfica! Porto, lamento!o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-9803585677031482042014-04-09T01:22:00.001+01:002014-04-09T01:22:44.246+01:00Real Madrid sem Cristiano Ronaldo? Humm!Ai o Real sem o Cristiano!!! Um tudo-nada acima duma vulgar, vá lá!, média equipa de futebol. Frango de churrasco sem piri-piri!o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-47500596018214965552014-04-03T22:46:00.002+01:002014-04-03T22:50:07.597+01:00Parabéns Porto; Parabéns Benfica!Pela razão evocada no post anterior.o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-68412644466197486852014-03-20T22:08:00.002+00:002014-03-20T22:19:20.207+00:00Parabéns Benfica!; Parabéns Porto!Sou sportinguista, mas acima de tudo português! Sei que ficam mais fortes. Estas coisas são alimento, nutrição de qualidade; sempre fortalecem quem as aproveita. E isto para os outros não é bom, pois vão ter que disputar com pares ainda mais musculados, mais fortes. Mas, como disse, sou acima de tudo português, e isto vale. Daí, pronto, reiterados e sinceros Parabéns!o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-9258756603012169262014-02-18T01:10:00.002+00:002014-02-18T01:10:57.869+00:00Medicina<br />
A propósito de um caso, que conheço, em que um menino com uma doença rara - tão rara quem ainda ninguém vislumbra nome para a dita - tem sido, não digo negligenciado, mas tratado com alguma displicência por quem o tem seguido. Apenas agora se considerou a pertinência da intervenção de várias especialidades médicas no estudo do caso. É, agora, um Caso de Estudo. <br />
<br />
A medicina é semiologia; é intervenção; é terapêutica. É também dedicação, plena, e humildade... A Medicina, com letra Grande!<br />
O laboratório e a prática andam de mãos dadas no avanço daquela atividade humana bem científica, mas tão empírica por natureza. O laboratório plural, multidisciplinar, e a prática. Porém tal não se coaduna, de todo, com negligência e ausência de uma saudável ambição por saber mais, ir mais além nas possibilidades.Com a soberba, a sobranceria, ainda vá!, se a idoneidade e a genialidade, bem como a capacidade para um intercâmbio, coexistem num espírito forte mas narcísico, grato tanto e tão só a si próprio... ainda vá!. Com negligência, displicência, falta de ambição, Não! Porque não dá, não dá mesmo, nem faz sentido!<br />
Concordam, senhores a montante, no meio e a jusante destas Coisas?<br />
A Ciência não é um jogo solitário!<br />
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o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-79587003050624449792014-02-07T01:11:00.000+00:002014-02-07T01:11:07.940+00:00Marca "Portugal", urgente! E não me refiro ao RonaldoNão sou um indefectível do Facebook - fez esta semana dez anos, a propósito -, ainda assim de quando em quando vou lá... ver os meus "amigos" e postar umas coisitas.<br />
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Há tempos, ainda ele era demasiado curioso, pois não cansava de nos importunar com o "Em que estás a pensar", postei isto:<br />
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Em que estou a pensar?... Olha, Face, estou a pensar que os portugueses, na sua maioria, não são, de todo, como a senhora Merkel os definiu. Tb aqui moram a excelência e o trabalho. O Pritzker, sim, o Nobel da Arquitectura, vem pela segunda vez para Portugal. Quantos países, dos desenvolvidíssimos, se dão a esse "luxo"?<br />
Viva Souto Moura; Viva Siza Vieira; Viva Portugal!... Lá fora é k é bom, mas... acabemos com isso!... Até pq o "lá fora" <br />
é muita Geografia!<br />
o que me vier à real ganahttp://www.blogger.com/profile/13263685838729202758noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-1582612144825039007.post-65226864217295692942014-02-02T23:45:00.002+00:002014-02-02T23:47:18.340+00:00O Caso Molas da RoupaLá fora o sol batia a pique. Eram cerca das duas tarde, e eu para a minha mãe “mãe, preciso de duas molas da roupa.”, e ela “não me digas que vais sair de bicicleta!”, “vou, sim.”. Era um domingo de Agosto, e havia arraial à tarde ali numa aldeia bem pertinho da nossa. E o conjunto era bom, dos melhores mesmo. Daqueles que arrastam sempre muita gente, muitos rapazes, muitas raparigas. Uma coisa atrai a outra, e uma ideia, uma certa ideia que se faz, não que se tem, atrai todas… as coisas. Era um domingo de Agosto, naqueles anos em que Agosto já era Inverno, porque nesse tempo primeiro de Agosto era primeiro de Inverno. Dizia o povo, e o povo nestas coisas pouco se engana, pouco ou nada mesmo. Povo sábio, saber que só existe porque se viveu o sabido. Povo sábio!... se te tenho dado ouvidos… não tinha chegado a casa no estado em que cheguei, uma bolha de água comigo lá dentro. Povo humilde e sábio, que pões o teu manancial de coisas que importa saber ao serviço de todos. Claro, não és masoquista, todos somos tu! Povo sábio, se te temos dado ouvidos, eu e os meus três companheiros de caça, nenhum de nós passaria pelo que passou, cada um em sua casa, nesse domingo à noite, pela hora do jantar.<br />
A minha Esmaltina estava sempre um brinco. Travões afinadíssimos, corrente sempre oleadinha, quadro sempre esmerado, guarda-lamas impecáveis, campânula sempre com lâmpadas a dar luz – que as havias aos montes com as lâmpadas sempre fundidas, ou mesmo sem lâmpadas. Seriam bicicletas para o dia? Talvez, mas o certo é que também as via a circular à noite. Via-as porque para lá apontava a potente luz da minha. -, dínamo potente, daqueles que exigiam das pernas, pneus, bem, com os pneus é que a coisa nem sempre corria bem, ficavam depressa carecas, e eu tinha que os aguentar, eram caros. Na parte de trás o suporte, que nós apelidávamos, qual anglófono!, de sport. Por debaixo deste, uma caixinha com ferramentas, cola e remendos para algum furo que vitimasse a câmara de ar. No quadro, à frente, atrás ou em cima, consoante o modelo, uma bomba de ar. Tudo o que era preciso para fazer quilómetros e mais quilómetros, pois então!<br />
“Não sobrou nenhuma, acabei de meter a roupa no fio.” Fui averiguar da verdade daquela informação, e deparei-me de fronte com ela. De facto as molas estavam todas ocupadas. “ Ó raio, como é que eu vou agora fazer?”, sempre tive a mania de conversar comigo mesmo. Por vezes até fico rouco, vá lá, disfónico, pronto! “ Olha ali aquela combinação tão agarradinha ao fio! Assim, tão caída, tão coladinha a ela própria, a parte de cima à de baixo, tão morta sobre o fio, nem vai precisar de molas. Vão ser já aquelas duas.”. E foram, tirei-as, a combinação deixou-se ficar, nem deu por ela, eu pego nos quatro pedacitos de madeira -dois a dois unidos por uma mola metálica-, e meto-os no bolso. Chego à minha mãe e digo-lhe até logo, saio de novo de casa, dirijo-me à arrecadação e pego na bicicleta, na minha Esmaltinha, o meu veículo estimado e cobiçado, que eu sei, eu sei que o era. Ele cobiçado e eu invejado. Bem, já na estrada meto a mão direita no bolso, e molas cá para fora. Eram as calças do Domingo, tinha que as proteger do óleo da corrente. Mesmo com as da semana fazia isso, quanto mais com as do Domingo! Uma mola para a perneira direita, outra para a esquerda, mesmo ali juntinho aos sapatos.<br />
Em cima da bicha, vou ao café, onde já me esperavam o Francisco, o João e o Manel. O Mário e o Albino eram para vir, mas preferiram ficar a ver o Bonanza. Lá com eles!<br />
Arrancámos ligeiros virados à festa. O sol ainda batia a pique, mas nuvens, ainda não muitas, faziam-lhe já companhia. A meio do caminho, mais. Parecia que iam também para a festa, e que estavam ainda com mais pressa do que nós. Mas de repente de novo a solidão da luz. E assim foi praticamente durante toda a tarde.<br />
Uma vez chegados, depressa fomos ver se encontrávamos alguém conhecido, se víamos algum BMW, que era mais isso que lá nos levava. O baile ainda não tinha começado, mas o recinto já se encontrava bem composto. Num entretanto, que os entretantos sempre acontecem, fomos beber uma laranjada fresquinha. Estávamos a precisar. <br />
À hora marcada -mais a meia três quartos da praxe-, lá começa o conjunto a debitar som, do bom, que aquele conjunto era mesmo à maneira. Os já arranjados foram os primeiros a menear as ancas, os que melhor piscavam os olhos foram os que se lhes seguiram. Comigo e com os meus camaradas, nada! Nada na primeira, nada na segunda; nada na primeira parte, nada na segunda. Da terceira não posso dizer o mesmo, só mesmo porque esta não existiu, nem sequer fizeram um encore! Soubera-o mais tarde. Estou a faltar à verdade, ainda demos uns pezinhos de dança, mas só naquelas modas de danças sozinho, tipo yé-yé.<br />
Piscávamos tão mal os olhos!, qualquer um de nós!... Até devia meter dó. Digo isto hoje, à distância, porque a mesma e o espaço que a compôs me ensinaram coisas. Devemos ter metido dó a alguém mais piedoso. Enfim!<br />
E o céu já carregado de nuvens, ainda não era noite nem crepúsculo. Lá por cima o vento, de oeste, dava-lhe forte. Nós como só olhávamos para baixo, nem sequer para a altura dos olhos das pessoas olhávamos, não demos por nada. “ Eh pá, pessoal, temos que nos meter ao caminho. Vamos levar uma molha do caneco!”, o manel. “Espera aí mais um bocadito, já falta pouco para acabar!”, o Francisco. “Pois, então isto está a render como o caraças!”, o João. Eu estive para não dizer nada. Pois o que haveria mais para dizer?! Tempo perdido, melhor, mal gasto. Irmos à caça mal armados! Ai, se nós nos atrevêssemos a aprender com o povo. Temos vergonha de ir para a carreira de tiro antes de nos aventurarmos no mato, depois é assim! Estive para não dizer nada, mas disse. Lembrei-me da minha Esmaltina, e resolvi dar razão ao manel. “ O manel tem razão, malta. Vamos já embora, a ver se nos livramos a ela!”.<br />
Fomos, viemos… mas não nos livrámos a ela, de todo. Mal tínhamos encetado a viagem de regresso, ainda o conjunto se ouvia, já chovia a potes. Aguaceiro daqueles que fazem lembrar que seria mesmo bom que de vez em quando o pessoal da Câmara Municipal limpasse as sarjetas. Depressa nos confundíamos coma a água. E depois era a chuva a molhar-nos directamente, era a chuva a molhar-nos por via dos pneus das bicicletas uns dos outros, que os guarda-lamas não são guarda-chuvas, e pronto. De repente, e já o crepúsculo morria para dele nascer a noite, o céu pára de nos desancar. Mas eis que, nem dez minutos depois, nova descarga, e esta dura até chegarmos à terrinha, até cada um ir, sem um até amanhã, para sua casa.<br />
Comigo sei o que se passou a seguir. Quer dizer, com os outros também, pois cada um contou aos outros, no dia seguinte, mas deles não vou falar. Pareceria mal. Chego a casa, meto a bicicleta na arrecadação, bato à porta, esta é aberta, pelo meu pai, e a minha mãe, lá de dentro “ Vês, vês o que fizeste à minha combinação? Ainda agora o teu pai ma ofereceu, pelos anos. Vê como ela está?!”. <br />
Estava uma lástima, a combinação. Aliás, a combinação já não o era. Era combinação mas de um outro tipo. Era mais uma combinação de tecido com buracos no tecido, com óleo de carros e com água da chuva. Dera-se o caso de a roupa ter secado durante a tarde. Não chovera, fizera algum vento, a temperatura ainda estava para essas coisas, e a roupa secara. A combinação, coisa fina, de espessura, mal secara logo ficara à disposição do vento. Tão magrinha, mesmo um ventito qualquer faz dela o que quer. Assim, numa rajada um pouco mais atrevida e cínica, voara do fio para o chão do quintal; deste voltara a voar, mas agora para o chão da rua, que é a estrada. A combinação fez-se, contra-vontade, bem o sei, pista para motorizada, alvo para ciclista apontar, asfalto para carro rolar. Foi rompida, vilipendiada, sujada de óleo e de lama, e no fim de água molhada. O problema é que uma combinação nunca pode, a bem, deixar de ser combinação, e aquela deixou-o. E foi por isso que a minha mãe não ralhou comigo naquele dia por eu estar todo molhado. <br />
“As molas, onde estão as molas?”.<br />
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