quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Carago, o senhor continua a dar-lhe!...

CARAGO, O SENHOR CONTINUA A DAR-LHE!...


Há cerca de dois anos, António Borges, meritório dignitário do PSD (para os amigos brasileiros menos familiarizados com a politiquice lusa, o Partido Social Democrata é o maior partido da oposição. No governo está o Partido Socialista… desde o 25 de Abril de 1974, que pôs fim à ditadura do Estado Novo, que estes dois partidos – nunca foram inteiros, acreditem! – se sucedem no poder), defendia, com convicção inabalável, uma completa, ou pelo menos esmagadora, privatização da Segurança Social. Hoje, depois de tudo o que nos mostraram os últimos dias; depois de as “idóneas” empresas privadas de Segurança Social serem salvas por dinheiros públicos; depois de toda esta pouca vergonha que foi a gestão “criativa” – eu diria negligente - de milhares de milhões de dólares, de muitos milhões de cidadãos; depois de tudo isto, tem o descaramento de defender “convictamente” o mesmo!... Haja pachorra!
Senhores mandões do mundo, nós, o povinho, também estudamos e observamos. A crise económica mundial que vivemos não encontra paralelo no passado registado. A que se iniciou em 1929 e marcou os anos trinta?... Não, nem aos calcanhares! A dos anos setenta, designada “crise do petróleo”?... Também não… nem por sombras! Todas as outras que ciclicamente aparecem, sabe-o a ciência económica que também não!... Esta contou com um factor altamente germinador, o desastre do americaníssimo subprime (crédito de alto risco à habitação) - o que, numa economia totalmente globalizada, como é a vigente no planeta, depressa se repercutiu (e repercutirá) por toda a ecúmena financeira (safam-se – digo eu! - os povos que ainda privilegiam a troca directa) -, e com a aliança da especulação no mercado dos produtos petrolíferos e das matérias-primas, a qual, especulação, ditou prolongados e avantajados aumentos nos preços dos referidos e imprescindíveis bens. Pois, nenhuma outra se lhe pode comparar.
Ora, senhor António Borges, como na origem de qualquer um destes factores crisísticos estão intenções privadas ou políticas neo-liberais, aquelas que muita força ganharam nos consulados de Margaret Thatcher e Ronald Reagan, tendo para o seguinte prognóstico (o outro fá-lo-ia no fim, mas eu arrisco!): iminente colapso do neo-liberalismo!... É que o POVO pode até ser tolo, mas não é tolinho. E em democracia, geografia política onde reinam estas batidas económico-financeiras, ainda é o POVO quem manda!




Carlos Jesus Gil

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Não sou contra o capitalismo, mas calma aí!

NÃO SOU CONTRA O CAPITALISMO, MAS CALMA AÍ!


É incrível (ou não) a “lata” com que alguns dos maiores entre os maiores defensores do neo-liberalismo aceitam a injecção de doses cavalares de dinheiros públicos, como forma de salvação do empreendedorismo privado que sempre veementemente defenderam. Este, segundo aqueles, é o idóneo; o outro, defendiam (e hipocritamente ainda defendem) os mesmos, não tem razão de ser.
Nada contra o empreendedor privado, absolutamente nada contra esta forma de dinamização económica da Sociedade, mas… sempre e sempre a par de iniciativas estatais. Só uma questão: quem é que, depois de tudo a que temos vindo a assistir nos últimos dias, vai confiar somente no sector privado a sua “mesada” de velhice?... Sim, alguns (mesmo assim nem todos!) daqueles que sabem dela nunca vir a precisar, por o que possuem chegar para entediar de tanto desentediar!




Carlos Jesus Gil