sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

E o Alberto e o Albino também...

Aí vai mais disto:




E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…

V



DE ONDE EU VIM


- Ó narrador, ó narrador, onde estás?
- Quem me chama?
- É o Albino. Já resolveste a nossa situação?
- Tem calma, sim? Encontro-me empenhadamente a tratar disso. Prometi-vos vida, vida irão viver. Mas vida a sério, de emoções banhada.
- E namoradas?, já nos arranjaste namoradas?
- Ainda não, procuro com calma, pois não quero atirar-vos com uma coisa qualquer. Já agora, vai ser na condição de esposas que as irão receber.
- Casados nós, já?!
- Sim, mas tens alguma coisa contra o casamento, é?
– Narrador, narrador, se ele tiver é problema dele. Eu não me importo… desde que seja bonita, bem feita e tenha bom feitio.
- Olá Alberto! Tem calma, tá? Tenham os dois muita calma. Vou atribuir-vos duas beldades com essas qualidades todas mas muitas mais. Confiem cá na vossa fonte. Quanto ao Albino, eu sei que casamento algum lhe mete medo. Quanto mais se for com o tipo de mulher que vos prometo!... Não é verdade Albino?
- É, claro que é. Só fiquei um pouco surpreendido!
- Sabes que em determinadas etnias sempre este foi o procedimento. A escolha de mulher para os rebentos não está a cargo destes.
- Sim, mas conhecerem-se já como casados?! Não achas isso grotesco?
- Neste mundo, onde quotidianamente se assiste a tanta coisa a sair dos eixos, onde procurar exótico é empresa épica, onde se pode provar física e matematicamente que a distância mais curta entre dois pontos não se traduz numa linha recta mas sim numa curva, onde é normal um político prometer uma coisa e fazer outra, num mundo destes, dizia, classificar algo como grotesco é manifestação de atavismo. Bem, mas eu encontrava-me aqui em meditação, e vocês, mais uma vez, vieram interromper-me. Vá, vão descansados que eu hoje não levo a mal, mas vão já, tá?
- Sim, narrador, até um destes dias!
- Chau narrador!
- Adeus Alberto; adeus Albino. Fiquem bem!
…………………. (pensamento, ócio, pensamento)------------» :

Eu vim do mínimo, que nada não existe… Se existisse, teria, por certo, partido de lá.




Carlos Jesus Gil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

E o Alberto e o Albino também...

Ok. Vida ao Alberto e ao Albino... e não só!:



E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…


IV


À VOLTA DA ORIGEM DA VIDA


A Vida terá surgido na Terra, depois de esta ter arrefecido o suficiente para o permitir, em ambiente aquático.
Pensa-se que o Grande fenómeno ter-se-á verificado graças ao ácido ribonucleico (RNA), o qual possui capacidade catalizadora de reacções químicas. Antes, julgava-se que apenas as proteínas possuem aquela capacidade. Como tal, a Vida teria começado com o surgimento de proteínas. Contudo, para existirem proteínas terá que existir genoma, mas para existir genoma é necessária a existência de proteínas. Assim, vê-se hoje como mais provável uma Vida surgida com a participação fundamental do RNA.
“ Muito bem (palmas), muito bem! “, “ Tu outra vez, Albino?!... “, “ Não, sou eu, o Alberto. Já não me conheces, narrador? “, “ É pá, conheço, desculpa lá! Ouve uma coisa, Alberto, eu já não vos tinha dito que durante uns tempos era melhor não me aparecem? “, “ Ó chefe, ó chefe, não nos faças isso. Por favor! É que, e eu falo por mim, não consigo viver sem ser nas tuas coisas… “, “ Então vocês não viviam nas narrações de outros narradores?! “, “ Isso devem ser coisas do Albino. É claro que nós só vivemos em ti. Vá lá, chefe!... “, “ Bem, em primeiro lugar eu não sou vosso chefe; em segundo… em segundo, já que admites que só existem em mim e que desejas tanto esta existência… vou contar contigo. “ “ Obrigadinho, che… narrador, obrigadinho!... E quanto ao Albino?... é que gostava que contasses com ele também! “, “ O Albino foi muito arrogante “, “ Arrogante, eu? Tu é que nos trataste de rastos, narrador. Tu foste até brejeiro no discurso, para não dizer que foste ordinário. Desculpa lá, mas… “, “ ……… Tens razão pá, tenho andado um pouco agitado, isso reflectiu-se no relacionamento que tive convosco nos últimos dias. Mas tu, Albino, também te portaste um bocado mal, pois foste intrometido e, por vezes, importunaste narrações importantes. É ou não é verdade? “, “ Se as narrações eram ou não importantes, não faço a mínima ideia. Agora é verdade, sim, que me intrometi e que importunei. Sentidas desculpas! “, “ Estás desculpado. “, “ (palmas)… Muito bem, estou muito contente. Narrador e Albino, já ganhei o dia! Agora só falta dizeres, narrador, que também contas com ele. “, Tá, também vou contar com ele. Mais ainda, vou arranjar para cada um de vocês uma bela namorada… e uma profissão. Que me dizem? “, “ Porreiro, magnífico, não é Albino?”, “ Sim, a parte da bela namorada é o máximo, agora a da profissão!... Estava a brincar, eu até quero constituir família, logo terei que ter uma profissão… e emprego, claro. “, “ Pronto, estou de bem com vocês, vocês estão de bem comigo. Óptimo! Vou começar a tratar dos vossos casos. Não sei o tempo que vou levar, pois não é empresa fácil o que vos prometo. Assim que tiver notícias convoco-vos, tá? “, “ Ok, obrigado! “, “ Obrigadinho! “, “ De nada, fiquem bem. “




Carlos Jesus Gil