quinta-feira, 18 de outubro de 2012

PORTUGAL É BOM ALUNO?


PORTUGAL É BOM ALUNO?

Até parece uma daquelas músicas de melodia de entrada fácil e harmonia à maneira. De tanto rodar o disco…, já enjoa, não?
Vamos tentar contribuir para a desmistificação: então, é Portugal um bom aluno? Não, claramente! Um bom aluno, conjuntamente com as matérias próprias, adquire e demonstra espírito crítico. Um bom aluno não se limita a, quando solicitado, reproduzir, sic, as matérias debitadas pelos professores. Ao invés, aprende e apreende sem nunca abdicar de questionar e criticar sempre que tal lhe pareça fundamental… e ao bom aluno o fenómeno é intrínseco à aprendizagem e ao progresso, sendo, portanto, recorrente. Aliás, professor que não defenda os pressupostos supra também não é um bom professor.
Portugal não é um bom aluno, é um marrão. A Troika, por seu turno, também não é boa professora.



quarta-feira, 17 de outubro de 2012

UM DIA AINDA HÃO DE FICAR SEM CHOCOLATE


UM DIA AINDA HÃO DE FICAR SEM CHOCOLATE

E na improvisada sala de operações, eivada por uma sónica de choros, lamentos e simples suspiros:
- Temos muito sangue por aí, temos muito sangue por aí… por aqui…, o problema é que se encontra nos sítios errados. Consigam-me sangue, carago, arranjem-me sangue já!
Ordenava/implorava o indefectível ao juramento de Hipócrates. Mas não dava, não adiantava tentar sugá-lo do chão; também não havia tempo para recolha e análise de novas unidades. E nisto, o homem que negava desistências, frenético em contínuas diligências, formado de ciência e fé, navegante que jamais temerá ser engolido pelo mar, continua a clamar:
- Pessoal, não é fácil mas é possível… Tragam-me sangue, tragam-me sangue!
Era inelutável. Iam-se esvaindo uns - ainda que já em processo de intervenção -, deixados por operar outros, todos definhando até à última inalação. Crianças, bebés, adultos jovens ou não; eram homens, eram mulheres. “ De que vale a coroa, quando ela apenas serve de ornamento?!”, dizia, repetidamente, de si para si, o devotado médico.
Enquanto isto, a uns milhares de quilómetros, o neto do homem da assinatura desistia de tremenda birra a troco de uma barra de chocolate…
Os esquecidos que jaziam, drenando o seu precioso sangue no cobiçado chão daquele enclave do Norte; os números que moribundavam nas macas sob o olhar tropical húmido daquele verdadeiro missionário que suplicava por sangue, esses jamais tratariam/colheriam, tratariam/colheriam… o cacau que calava aquelas birras.

NÃO DESPREZEMOS O DIMINUTO!



NÃO DESPREZEMOS O DIMINUTO!

Um oceano é feito de gotas de água. Sim, é mais que água, mas é fundamentalmente água, água em abundância, tão abundante ela é que nos esquecemos que se trata “apenas” da acumulação de pequenas gotas.