sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O vício

O VÍCIO




Porque me pareceu estar com febre – quente, que ela estava! -, dei um comprimido de paracetamol a uma árvore do meu pequeno quintal. Dissolvi-o muito bem em água, e meti tudo na raiz. Foram cinco litros de água para um grama daquele princípio activo.
Deu-se o caso por alturas do ocaso. No outro dia, manhã cedo, rompido de há pouco o astro-rei, acerquei-me do vivente doente e, perscrutando-o, notei algumas melhoras, não grandes, ainda assim, perceptíveis. Continuei, portanto, a terapêutica administrando-lhe dose igual.
Pelas duas da tarde, as suas folhas apresentavam já alguma viçososidade, não obstante a intratável caloraça do pleno Julho… Eram dez e meia da noite, mesmo antes de me preparar para a noitada, nova administração – não, a outra não fora demitida, nada de confusões!
Andei nestes desvelos cerca de uma semana… A Árvore, via-se, e confirmar-se-ia por análise idónea, vendia já saúde. Porém, se de oito em oito horas lhe não levasse a toma, era um tal zurzir na parede ali ao lado… Tive que pintar toda a parede e, como de brilho e ofuscação se passou a conviver entre as quatro, que remédio tive senão pintar toda a casa por fora!
Não fosse tê-la arrancado pela raiz, não chegariam hoje dez caixas de Panadol por dia. As tomas já eram de seis em seis horas, e os gramas já eram três de cada vez. Progressão geométrica! Teria que arranjar trabalho extra, está de ver.
Mas não, tomei a decisão correcta. Hoje, é um descanso!
Ah, a lenha?... Dei-a toda a uma vizinha que merece.




Carlos Jesus Gil

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Discoteca sem música

Quem desejar continuar a dissertar sobre o Haiti, faça favor!




DISCOTECA SEM MÚSICA




Pista cheia; cada um dança o que quer, em conjunto – sim, também há slows -, em separado… É um colorido de movimentos, e um quase silêncio. Fabuloso!




Carlos Jesus Gil

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ui, a Angelina!

Vamos desanuviar!
PS quem quiser continuar a dizer de sua justiça sobre o Haiti, força!




UI, A ANGELINA!



- Eh pá, mas não cabemos todos naquele carro. Ele tem que ir com vocês.
- Desculpa, no meu carro entra quem eu quiser!
- Eh eheheheh!
- Ris de quê?!
- Rio de quê?!... eheheheheh! Ai no teu carro entra quem tu quiseres?
- Sim, o carro é meu.
- Então e tu, que tanto idolatras a Angelina do Brad, nunca a quiseste no teu precioso carro?... Não te compreendo, pá! Então se tu podes… Estavas a enganar-me, tu nunca quererias a Angelina no teu carro.
- Claro que quero, pá! Estás parvo ou quê?... Ui, a Annngelina!!!
-Tu queres, queres, eu acredito. Mas olha, aposto contigo em como ela não entra… Sabes porquê?
- Pronto, já lá cheguei.
- Pois, porque ela não quer… Está bem, ela não te conhece. Mas mesmo que te conhecesse…
- Ok! No meu carro não entra quem eu não quero!... Estás satisfeito?
-Ahhh!




Carlos Jesus Gil