quinta-feira, 11 de março de 2010

Livro da vida

Viva! Ora, como o Fado está na moda, e bem!, resolvi escrever um. Cada qual veste-o da maneira que quiser e puder. Se não puderem dar-lhe uma roupagem, então digam-no, resultará quase igual.
Espero que apreciem... e critiquem!




LIVRO DA VIDA




Se Judas pecou,
Pequei…
Peco eu todos os dias.

Se judas pecou,
Pequei…
Pecamos todos os dias.

Há Desígnio, bem o sei
Mas, livre-arbítrio direi!,
Se não, só melancolias.

Há Desígnio, bem o sei
Mas, livre-arbítrio também!,
Ontem, hoje, todos os dias.

Podemos mudar o Livro,
Livro escrito, não atado!

O lápis tendo sentido,
Não faz de mim um rendido,
Não põe borracha de lado.

O lápis tendo sentido,
Não faz de mim um rendido,
Não impinge o projectado.

Água mole em pedra dura:
O ditado ainda perdura,
Ainda perdura o ditado!
Vontade, borracha, lápis,
Vontade, borracha, lápis
Podemos mudar o Fado!

Água mole em pedra dura:
O ditado ainda perdura,
Ainda perdura o ditado!
Vontade, borracha, lápis,
Vontade, borracha, lápis
Podemos mudar o Fado!


Carlos Jesus Gil

terça-feira, 9 de março de 2010

Quando eu nasci já tu gatinhavas

QUANDO EU NASCI JÁ TU GATINHAVAS!




Um primo do meu pai, que não era primo do meu tio, isto apesar de os meus avós paternos apenas terem tido filhos deles mesmo em exclusiva união, disse certo dia a este, ao meu tio: “tu tem respeito por mim, anda, tem respeito por mim!, quando eu nasci já tu gatinhavas… vê lá se tens respeito por mim! Aqui na terra respeita-se sempre quem é mais velho.”
A cena era recorrente, todos os dias uma versão da mesma acontecia, pois o meu tio, que trabalhava com o primo do meu pai, sem querer faltar ao respeito a este mas faltando - pois em boa verdade se diga que o dito primo do meu pai ainda hoje, infelizmente, julgo, gatinha em termos de raciocínio -, apenas desejava um pouco de brincadeira, uma forma de mitigar o árduo trabalho de levantar paredes e plantar telhados… Aquilo sempre ajudava.
Se a coisa se passasse nos dias de hoje, por já haver um nome para o fenómeno, era esse que lhe dava… É… era nas obras, podia ser numa escola. O fenómeno é o mesmo, pois uma parte tira partido, outra sai partida!... E foi “só” por isto, por uma questão de infeliz oportunidade, que resolvi dar esta ordem e esta medida às letras do também nosso alfabeto!




Carlos Jesus Gil