sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Assim também não!

ASSIM TAMBÉM NÃO!


… - Achas que estou bem assim? Alguém irá reconhecer-me? – eu, depois de cuidada operação de disfarce, pr’á beldade do momento.
- Claro que sim? – ela, a … não há palavras!...
- O quê!? Tanto trabalho pr’a nada!
- Não, fofo, não quis dizer isso. Tu estás bem. Quem é que vai poder reconhecer-te!? Está aí um trabalho bem feito. Também passaste a tarde inteira nisso, diga-se de passagem!...
- Pronto, mas se valer a pena…
- Vai valer, vais ver!
- Só quero é ir jantar descansadinho, contigo; depois malhar uns copitos num bar in, ver assim umas coisinhas como tu e, lá mais para a madrugada, ir à disco do momento. Quero olhar sem ser olhado; lavar os olhos; distância de canetas. No fim da noite, voltar aqui pr’á modestíssima suite, do modestíssimo hotel e, se houver ainda umas forças, pimbar até…
- Também podias ser um bocadito menos brutinho! E depois com aquilo das coisinhas como eu, é pr’a me fazer ciúmes, é?
- Não, sabes que, de momento, só tu. Bem-dita tu; bem-feita tu; tu só tu, Ana Maria!
- Agora deu-te para cantar Marco Paulo, é?
- Como assim!? Apenas coincidência. Eu só canto no duche, e só canções daquela de quem tu sabes.
- Então passaste uma carrada de anos caladinho. Resguardaste a gargantinha, e agora, a interpretares essas obras-primas, também podes ficar descansado, vai continuar um mimo, a tua garganta.
- Vê lá como é que falas. Tem mais respeitinho pelo trabalho dos outros!
- Ok, ok, já cá não está quem falou.
- Isto o melhor é pormo-nos na alheta, não achas? Senão, daqui a nada estou a dar-te um pontapé no rabo e a telefonar a outra que se ajeite ali no travesseiro.
- Eh pá, também tens cá um feitio!
- Não é feitio, é farturinha. Ás vezes até digo para mim: “assim também não!”, eh eh eh!
- Vá, pega mas é lá nas chaves do 127 e vamos embora. Estou a ficar cheia de fominha.
… Já é a terceira vez esta semana que sonho ser o Cristiano…, e a minha acção nunca se passa no relvado. Será que isto quer dizer alguma coisa?




Carlos Jesus Gil

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Blog subnutrido

BLOG SUBNUTRIDO


Sabem?...quando a gente está em casa, cheios de fome, mesmo cheiinhos, e não tem nada pr’a comer? Quer dizer, o ter até temos, estão lá, num saquito de plástico em cima duma prateleira onde param umas garrafitas de gasosas e afins, dois papo-secos…rijos, mesmo secos. Sabem?... Assim está o meu blog hoje, cheiinho dela, larica da bera, e eu sem nadinha, ou quase…Que se fique com este naquito de broa – quase estufa de bolor -, e já é um pau! Vá, mastiga devagar, “real” cabo das tormentas, deglute bem! Não estamos em tempo de estragação.




Carlos Jesus Gil