sábado, 17 de novembro de 2007

Inflação linda

INFLAÇÃO LINDA


… É verdade pá, é barroco, aquele texto. Perífrases no princípio e no fim, não constituindo o meio excepção; de redundâncias e pleonasmos eivado. Mas, é por isso que não gostas?; aprecias as coisas menos rebuscadas, mais directas? Certo, eu também estou inscrito nesse clube, mas, pá, aquele texto!...Tivesse ele mais um milhão de caracteres que, desde que cruzados daquela forma genial, continuaria a merecer a minha devoção. Moço, o Cosmos continua a sua inefável redacção com essa filosofia estilística que vem das origens: ora prolixamente, ora de modo singelo. Observa, contempla e perscruta! É mister que o faças. Não és misólogo, pois não?

Palavras, lidas ou pensadas, mas sempre cruzadas.

Ler em voz alta é dar vida às palavras, de acordo. Porém, ler em silêncio, fazê-las, simplesmente, interagir umas com as outras no cérebro, é mais do que isso, é proporcionar-lhes um passeio por paisagem de deleite, um namoro delicioso, um casamento – perfeito ou não -, natalidade, por certo.




Carlos Jesus Gil

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Brutal Brutalidade

BRUTAL BRUTALIDADE


É brutal a brutalidade do ignóbil ser que dedica tudo a ver mas não enxerga nada; o tempo que gasta é perdido, pois só conhece um sentido: o seu, que é o meritório, tão… que não envolve contraditório. Encarregar-se-á o tempo e o homem, igualmente arrojado mas amplo na cogitação e regular na respiração, expirando só depois de ter inspirado, de propor novas veredas e modernos (futuros velhos) caminhos.




Carlos Jesus Gil

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Orgãos de Soberania

ORGÃOS DE SOBERANIA


Soberano é o Povo! É quem tudo paga, em termos públicos: a luz das ruas, os hospitais públicos, a Educação pública, as estradas…; é quem, em Democracia, vota e elege. Se quem paga é quem deve mandar, e não podendo mandar todos, deverão mandar aqueles que o Povo escolheu, os verdadeiros delegados do Povo.
Ora, e é isto que me traz aqui hoje, são os juízes e os magistrados do Ministério Público eleitos por quem paga?... Não me parece! Para bom entendedor…




Carlos Jesus Gil

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Passa-se por aí (não generalizo, mas passa-se)

CANÇÃO

IPSS/LAR

INSTITUCIONALIZADO


Refrão

Não te chega seres grande,
precisas de crescer;
hoje, tudo é muito lindo,
mas o que vai acontecer?
Estás no começo do dia,
porém vai anoitecer…
Não, não é palraria,
podes crer!...
Prepara-te a valer!


Como um pavão, circulas,
dos outros, a atenção só queres ter;
não te prestas a ninguém,
p,ra quê? – pensas tu -,se só eu tudo posso ter!...

Eu quero, eu tenho, eu sou!
- ousas tu, sem o dizer…
Mas por tal tu nada fazes,
que tudo de ti vai nascer.

Refrão



Tapetes por onde passas,
mordomias a valer;
não é demais o que tens,
não tens que o merecer!

Não deves esforçar-te muito,
que até podes perecer!
Lá fora tudo é igual,
todos te hão-de valer.

Refrão


Carlos Jesus Gil

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Era eu Garçon

ERA EU GARÇON

Naquela qualidade, ouvira eu:


Ela acicatou a minha leveza. Conhece-a bem, sabe quão frágeis são os aloquetes da jaula que é a minha consciência. Ela é sabedora disto, tanto ou mais do que eu. Ainda assim, não perde uma oportunidade, por pequena que seja e inusitado o momento, de exortar o meu já avonde exacerbado estímulo por semelhantes… a ela. Mais, não ignora o ignóbil ser que, tratando-se dela – qual original comparado com cópia! -, a coisa é elevada a potência n (não sendo, muito pelo contrário, despiciendo, o n, pois acarreta sempre multiplicação vultuosa). É conhecedora de todos os meus botões; tão bem como as suas mãos, conhece o meu painel de controle…
A desnaturada mui amada (mas que amor?!, paixão, só paixão turva tanto o entendimento) usou e abusou, usa e abusa (na verdade, que excelentes os seus usos e abusos!...) e, qual maré baixa a suceder à alta, vai-se… Vai-se, e eu, ao contrário do que adivinho no afastamento do mar, com ela nada; some-se não sei para onde… Sim, ela volta, mas quando quer (ou será quando pode?), e eu a querer que ela queira rápido… Também, doutro padrão ela não carece, pois aqui o labrego, volte ela num ápice ou luas leve a voltar, definha de braços abertos, pronto a sufocá-la.

Era assim, como supra mencionei. Regressou-me a lucidez: os braços vão estar fechados, para ela, na sua ausência. Quando tornar, na milenar qualidade de amante estará.

Desculpe, proferi eu enquanto lhe servia outro beirão com três pedrinhas de gelo, então ele há lá condição melhor?!
Olhou-me, demoradamente, sem me ver, e retorquiu : responder-lhe-ei daqui a umas luas.




Carlos Jesus Gil

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Ética e Economia na Biodiversidade

Na abertura da Conferência Negócios e Biodiversidade, a decorrer em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, Nunes Correia, Ministro do Ambiente, lembrou a centenas de empresários de toda a União Europeia que a actividade humana causou, nos últimos cem anos, cinquenta vezes mais extinções do que as que seriam provocadas apenas por razões naturais. Bem lembrado, meu senhor, bem lembrado!
À Iniciativa Negócios e Biodiversidade aderiram já trinta empresas portuguesas - de entre as quais apenas uma é pública, a REFER (gestora da rede ferroviária portuguesa), pretendendo o Ministro Nunes Correia que pelo menos outras tantas se juntem ao projecto, contribuindo anualmente cada uma com cerca de quinhentos mil euros.
O público sabe reconhecer, o público consumidor (os que verdadeiramente pagam) privilegiará as empresas envolvidas na nobre missão de proteger a Biodiversidade. É esta a perspectiva dos empresários... e é esta também a minha. A " luta " pela Biodiversidade incorpora um absoluto carácter ético, mas não é despiciendo o que representa sob o ponto de vista económico, muito pelo contrário. Sim, não seria nada despropositado um slogan tipo: Maior Biodiversidade, Maior Riqueza. Só com a ética como divisa, penso, não íamos . Assim, vislumbrando-se " vil metal ", negócio, pode ser!

Entretanto, mais um desastre ambiental. No mar de Azov, cinco cargueiros naufragaram devido ao mau tempo, tendo um deles (petroleiro) derramado largas (?) toneladas de fuelóleo. Como consequências directas temos já a morte de cerca de 30000 aves, encontrando-se vários milhares ainda vivas, mas cobertas de poluente. Consequências indirectas... serão ainda mais graves, por certo. Esteja eu enganado!


Carlos Jesus Gil

sporting!

Acerca de ontem, está tudo dito!


Carlos Jesus Gil

Títulos

TÍTULOS


“ Um bom título dá 75% de hipóteses de um texto cumprir o seu objectivo essencial: ser lido. “ ( não, não sou o autor do estudo).
Ocorre-me, a propósito, defender que não basta ler-mos um texto. A leitura só cumpre a missão de fazer jus ao texto e a quem o escreveu, quando, através dela, o mesmo é entendido. Depois, independentemente do conteúdo do texto e da sua construção, a sua digestão por quem o leu deverá servir a sua qualidade de vida e, através destes, a saúde social e planetária.




Carlos Jesus Gil

domingo, 11 de novembro de 2007

Passear os livros

PASSEAR OS LIVROS

(TALVEZ AFONSO)


Gosto muito de passear livros; especialmente os de Direito. E então quando o passeio é lá pelos corredores ou pelo claustro ou pelo bar da faculdade!... É o máximo! Bem, o máximo também não, talvez o prazer ganhe acrescento quando o pavoneio tem lugar nas ruas da baixa (de Coimbra, sim, que aí é que a coisa resulta) ou no Cartola ou no Tropical ou nos bigs centros comercias ou noutros dignos espaços públicos mais… Digam lá, não é um espectáculo carregar um braçado de calhamaços (códigos devidamente etiquetados, claro!, à mistura), por muito esforço que exija, pois alguns são cá de um peso!..., digam lá, não é um espectáculo?... É, creiam-me. É malta, e se, em momentos de cafezinho, com livros e fotocópias espalhados pela mesa, aflorar um verdadeiro tratado doutrinal, sim, daqueles mesmo herméticos?... É pá, não, isto é que é mesmo o máximo! Eu, cá por mim só espero que se encontre por lá alguém que conheça e entenda bem a obra… Vai dizer, tenho a certeza: isto é mesmo demais, respira-se academia e conhecimento em cada recanto desta mondeguina e desvairada cidade!
Ah, o curso?.........




Carlos Jesus Gil