segunda-feira, 18 de maio de 2009

Negócio/Ócio

NEGÓCIO/ÓCIO


O senhor das obras pr’a mim:

- Saiba!, nunca fiz negócio como forma de negação do ócio… sério, rapaz! Oh oh! Negar o ócio, eu?! Eu, que quando era “zé ninguém” tanto invejava quem o cultivava?! Eu, que lhe reconheço a virtude do impulso…sim, este ímpeto que me trouxe até aqui e que ainda hoje me invade!... Não, eu idolatro o ócio. Por ele formiguei e amigalhei… Tanto que já não dou conta de quantos migalheiros. Aliás, já não tenho migalheiros… Pois é, meu caro, foi para ser também digno dele, seu cultor, que fiz e faço freneticamente negócio… Não para o negar!
- Então, mas…?
- Pois, não diga mais nada meu rapaz. Nunca o vira eu mais magro; sei que não passei das intenções. Tenho plena consciência disso… Reconheço-me um miserável escravo do negócio… Alforria?... Hummmm!




Carlos Jesus Gil