sexta-feira, 30 de abril de 2010

Música mais-que-erudita

MÚSICA MAIS-QUE-ERUDITA




A orquestra é pequena. Se relativizarmos, se usarmos a razão de músico por habitante, é mesmo diminuta. A sua música, porém, faz-se ouvir por toda a ecúmena… e só pela ecúmena ecoa. As pessoas param, escutam e até olham, giram trezentos e sessenta graus fitando, conseguem discernir os executantes, apontam-nos mesmo com o indicador mas não arriscam uma aproximação. A música penetra-lhes cada poro, eiva cada célula… as pessoas sentem a música, oh como a sentem!... Só alguns dançam ao seu sabor… poucos, muito poucos entendem esta música mais-que-erudita.
A secular - assim classificada na completa amplitude polissémica do termo – orquestra vive períodos de menor intensidade de débito, e de volume quase discreto, decibéis de ilicitude tolerável. De momento, ai dos nossos tímpanos!, mostra toda a sua pujança.
Um Viva muito Grande à Música Ligeira!




Carlos Jesus Gil