sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

E o Alberto e o Albino também...

E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…

XXV

Uiiiiiiii, que ressaca!... O melhor, mesmo, é recorrer novamente à máquina do tempo:


“ TRATADO DE LISBOA “

Vinte e dois anos depois da adesão de Portugal à C.E.E. (acompanhámos a Espanha neste processo… ok., e vice-versa), é assinado em Lisboa o Trado de Lisboa (um Tratado Reformador que, segundo muitos, não em menos que 90% corresponde ao rejeitado Tratado Constitucional Europeu, mas que, no entanto, reforma efectivamente o Tratado de Roma e o Tratado de Maastricht – paredes-mestras desta União. É, assim, de facto um Tratado Reformador.
E agora?... É necessário que todos os países o ratifiquem. Mas de que forma? Por uma via absolutamente representativa, tendo como protagonista o Parlamento, ou por via participativa, pondo canetas nas mãos do povo eleitor? Qualquer destas, digamo-lo, não fere o nosso Direito. Nem o nacional nem o comunitário. Bem, vou pedir a opinião dos peritos deste nosso mundo.
- Alberto?; Albino?
- Sim!
- Cá estou. É só chamares.
- Então é o seguinte: na vossa opinião, como deveria ser ratificado em Portugal o Tratado de Lisboa?
- Posso?
- Força, Alberto!
- Ó pá, eu penso que só referendando existirá verdadeira legitimidade. Não podemos esquecer-nos de que também a promessa de referendo a um novo Tratado Europeu concorreu para a vitória do Partido Socialista nas últimas Legislativas, que portanto foi também esse pressuposto que os levou ao governo… e com a almofada que se conhece. Para além desse facto, já em 2004 a Assembleia da República legitimara a opção pelo referendo, o qual só não avançou por a questão formulada se encontrar ferida de inconstitucionalidade.
Sou pelo referendo!
- Sim, sim… As coisas, politicamente falando, são um pouco mais complexas. Aliás, um muito. Façamos o seguinte exercício de raciocínio: o Tratado foi cá assinado, vai indelevelmente ficar associado a Portugal. É pá, sejamos agora ponderados e congruentes!... Em que posição ficará o país caso o próprio opte pela rejeição do Tratado?... É que, para nós, não se trata somente de mais um atraso no processo de integração europeia. É a nossa imagem que está em causa, rapazes.
Ora, ninguém nas maiorias (a do governo e a da oposição) irá permitir tal. Combaterão até à exaustão os eurocépticos de esquerda e de direita, fazendo uso de todo e qualquer instrumento eleitoralista, mas também, e de modo exacerbado e recorrente, de chantagem moral. Profetizarão catástrofes políticas, económicas (atenção aos fundos, bom povo!) e sociais. Enfim, se referendo houver, o povo acorrerá massivamente (sou um lírico do caraças…) às urnas, para que o mesmo seja validado; o povo votará sim. Será, todavia, um sim não convicto nem convincente, só comparável a uma confissão obtida por coacção… Desejam uma ratificação nestes moldes ou preferem que sejam os nossos representantes a fazer esse trabalho no Parlamento? Eles são os nossos delegados (embora por vezes não o pareçam, reconheço)!
- Não vou responder-te. Queria tão só a vossa opinião. Já a tenho.
- Ó Albino, tu pá… Às vezes…
- Chega, chega! Não pedi um debate, pedi, como já referi reiteradamente, opiniões.
- Seja, narrador socrático! Fiquem bem.


Carlos Jesus Gil

6 comentários:

Carla P.S. disse...

Nada sei da política do teu país, senão o básico escolar..
Quanto as notícias do mundo, estou perplexa com a faixa de Gaza.
Unificação, disputas de ego etc. e tal..
O que vale afinal?
A grande família: a humanidade.
Votos humanos de paz pra 2009!
É isso que desejo a ti..E ao Alberto e ao Albino, também.
Beijo grande!

dragao vila pouca disse...

Acho que o referendo não se banalizar e deve ser usado só em caso de consciência ou em grandes questões e alterações, na organização do País, como por exemplo a Regionalização.
Se não houve referendo para saber se queriamos ou não, ir para na altura, a C.E.E., também agora não deve haver em relação ao tratado de Lisboa.
É a minha opinião.
Um abraço

stériuéré disse...

Bom Ano novo! Que 2oo9 seja um ano excelente!

Anónimo disse...

Se houver referendo, pode ganhar a abstenção.
Se for levado à AR, ganha o sim - lógico, com partido do governo em maioria...
Embora não sendo absolutamente representativo da vontade do povo...é mais seguro.

Obrigada pelas tuas palavras, que sabem a mel (oh diabo, eu não gosto de mel... mas deu para entenderes).
Contudo, a decisão mantém-se, só falta definir o prazo.
Oficialmente, lá, as portas estão fechadas para mim; por isso vim até cá acima. Acho que mereces uma resposta, mas não quis abrir um precedente. Entendido???
Podes, se quiseres, comunicar aqui.
Como todos os dias tenho que vir ao PC pq tenho emails a requerer resposta, dou um pulinho cá acima.
Dspois me dirás se gostas da "máscara" que estou usando.
Beijão
Enciclopediazinha

Unknown disse...

" Seja, narrador socrático". Tá demais.

Angel disse...

Olá, tudo bem contigo?

Obrigada por ter visitado o meu Blog, e que tu tenha gostado, sempre que quiser aparecer será bem vindo.


Abraços e uma boa semana.