quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gerações - vontades mudadas

GERAÇÕES – VONTADES MUDADAS


Na geração dos meus pais e na dos meus avós e na dos pais deles e… tinha-se como certo que a melhor forma de proteger a família era trabalhando, trabalhando, trabalhando, negligenciando - por amor, sim, por amor - coisas tão ou mais importantes.
Nas gerações da abnegação trabalhava-se para o futuro, o dos filhos e o dos filhos dos filhos. Trabalhava-se para o sangue, corresse ele no seu tempo ou circulasse quando os genes causais já mais não fossem do que partes de plantas…e oxigénio.
Na geração dos meus pais adiava-se a vida.

Noto diferenças, hoje.
Quem vive pelos meus avós?
Não viveram eles, não vivemos nós!
Noto diferenças, hoje.

Bem, ainda bem,
se não descambar para a incúria!
Bem, ainda bem.
Se todas as gerações adiassem a vida, quem a viveria?
Usar o Mundo não é o mesmo que viver o Mundo!




Carlos Jesus Gil

20 comentários:

Cadinho RoCo disse...

Os tempos mudam e assim acontecem com os hábitos e com os recursos que surgem a todo instante. mas o que não dá pra prescindir é daquilo que nos traz, sobretudo, a referência do respeito.
Cadinho RoCo

Van disse...

Os tempos são outros...
mas de que adianta viver o mundo complemtamente também?
a boa dosagem de tudo... o bom senso de todos... :) é isso que devemos ter.

Nanda Assis disse...

os tempos mudaram.

bjosss...

loirinhaquenãoédeaveiro disse...

Ei!
É, nem tanto como os velhinhos faziam nem tanto como se faz agora. É preciso gozar a vida mas não deixar de pensar no futuro e nos filhos.

bjs

Monique Frebell disse...

Amei esse post. Não só os tempos mudaram, a educação, a economia, os valores...
Tudo tem deixado rastros, a essência tem ficado no passado.

Bjus!

linda disse...

Gil, é assim que as coisas agora são. Mas nem toda a gente é assim, os meus pais já há muito que não viajam para eu poder estudar e para guardarem algum dinheiro de reserva.

bj

Unknown disse...

Pois é, antigamente as pessoas eram demasiado abnegadas. Mas agora tb se calhar são demasiado despreocupadas e negligenciam muito o futuro. Passou-se realmente do oito para o oitenta. É normal para quem sempre viveu com aqueles horizontes e agora se vê "liberto". O tempo trará a pose certa. O tempo dirá que se deve viver o presente mas também salvaguardar o futuro.

Graça disse...

Gosto muito quando "ensaias"... e tudo mudou, e tanto...

Um bom final de ano lectivo.


Beijo meu

magda disse...

Pois é.

Visto por esse prisma de nada serve adiar vida nenhuma.

Mas: -

Noto diferenças, hoje.
Quem visita os avós?
Quem sorri para eles, de onde viemos nós?
Noto diferenças, hoje!

Boa noite. Desculpe a brincadeira. Ocorreu-me. :)

o que me vier à real gana disse...

Excelente, sarasvati! É isso mesmo!
Pena, é uma pena!

R.Almeida disse...

Olhares sempre diferentes em cada geração em que a anterior não é sintónica com a presente e a presente que por sua vez não se enquadra na futura.
Viver e deixar viver na revolta que a impossibilidade de reviver no presente outros tempos que passaram.
Um constante gritar ao tempo para voltar atrás numa prece jamais cumprida.
Abraço

Unknown disse...

" Bem, ainda bem,
se não descambar para a incúria!
Bem, ainda bem.
Se todas as gerações adiassem a vida, quem a viveria?
Usar o Mundo não é o mesmo que viver o Mundo!"

Muito Bom

vieira calado disse...

"... apresentando sempre novas qualidades"
no dizer de Camões.

Cumprimentos meus

Anónimo disse...

Análise muito lúcida da questão. A compreensão que faz da situação, ao considerar normal, desde que não haja incória, é também ela muito inteligente emocionalmente.

Abraço

Ana Maria disse...

Saber viver nesse mundo.
Não é nada fácil.
Os tempos mudaram.
Beijinhos harmoniosos!

Alexandrina Areias disse...

Olá 'real gana'
a vida é para ser vivida...!

E como disse Plutarco "É preciso viver, não apenas existir."

Apresentas-nos um belo e interessante texto, até para reflectirmos um pouco... mudam-se os tempos... muda-se a forma de ver e encarar o futuro...

Que tenhas um excelente fim de semana!
Beijos,

AA

Táxi Pluvioso disse...

A vida é demasiado curta para ser vivida para os outros.

A.Tapadinhas disse...

Cada um de nós tem uma vida (só uma!) para viver!

Ninguém me diga o que eu devo fazer dela!

Não se pode adiar a vida...

Abraço.
António

Mariazita disse...

No ano passado, 2008, no Dia do Trabalhador (1º. de Maio) publiquei um post de que transcrevo aqui um pequeno excerto:

“Sob a óptica religiosa, e a partir da interpretação do texto bíblico, depois da desobediência de Adão, Deus condenou-o a “ganhar o pão com o suor do seu rosto”.
A partir daí passou-se a considerar o trabalho necessário para prover as necessidades básicas, como uma consequência da queda original, um castigo, uma tortura.
Com o decorrer dos tempos, o Homem descobriu que, com o acto de trabalhar, o ser humano podia criar beleza, cultura, bens materiais, conforto. Podia, até, transformar a Natureza.”

Isto aconteceu há muitos milhares, se não milhões, de anos.
Os tempos mudaram, as mentalidades acompanharam os tempos, ultrapassando-os, até, por vezes.
E se, há duas ou três gerações atrás, as pessoas viviam obcecadas com o “dia de amanhã” , o “pé de meia” para uma necessidade, hoje vive-se o dia a dia, sem pensar muito no futuro.
Melhor assim? Pior?
O futuro é tão incerto que é compreensível não se pensar muito nele, e apenas viver um dia de cada vez.

Não vou alongar-me mais, senão…em vez de comentário, isto transforma-se num post :)))

Bjs
Mariazita

Lídia Borges disse...

Um assunto complicado!

Se houver peso,conta e medida será possível encontrar o equilibrio, de forma a vivermos dentro dos valores essencias do relacionamento humano: respeito, apoio, solidariedade...

Um beijo