A RICARDINA E O MONSTRO
Embora de um modo bastante subliminar, suponho ser esta a segunda vez que neste blog à minha terra faço referência. É que, para além de generalista, pretendo-o um albergue do ecletismo que é o todo. Não tenho absolutamente nada contra bairrismos, localismos, regionalismos, chauvinismos… palavra!, só que aqui não. Aqui cabe a ecúmena e tudo o que a ela e aos que a tornam o que é diz respeito; aqui cabe o ecumenismo, entendendo o termo no parto mais directo de “ecúmena”; aqui cabe o mundo, como o entendo, o Cosmos… assim me venha à real gana!
Mas o que me fez, afinal, pegar hoje na esferográfica?... Não, não foi apenas o inegável facto de me encontrar a entediar, sabe-se lá porquê!, e de detestar “ Palavras Cruzadas ”. A verdade é que pretendo partilhar convosco uma lenda da minha terra. Ora vamos lá então, sem mais delongas: desde a idade em que jogava ao pião e trocava cromos, que ouço - esporadicamente, diga-se, que não fazem disso obsessão! - gentes da minha vizinhança aludirem à Carpa Ricardina. Segundo a oralidade documental, a esplêndida, embora esquecida, lagoa de água doce – doce, só porque vedado lhe está o sal que mora a escassos metros, do outro lado da duna primária; doce, mas sem açúcar, portanto! -, a Barrinha, onde tantas vezes nadei e pesquei, é, há décadas, largas, habitada por animal tão grande e arisco que, não fora esta confortável singularidade de simultaneidade de qualidades, e já alguém o teria fotografado… ou filmado. Sim, que de há muito que existem meios, e gente de máquinas em riste é o que não falta todo o ano por cima da dita a deslizar em rústicos – ok, senhores conhecedores, a maior parte já são daqueles foleirotes à brava. Eu sei que a Barrinha agora mais se parece com um parque Disney! – barquinhos. Refiro-me, pois à Carpa Ricardina… Que fulano a viu, beltrano e sicrano a avistaram, disso não existam dúvidas! O problema é que, como sabemos, a bicha é arisca… e depois parece que conhece de ginjeira quem fotografa ou filma e se apresenta munido dos respectivos apetrechos. Mais, acho que tem radar que avisa destas coisas!... De maneira que a, dizem, monstruosa mas bela carpa, só aparece de vez em quando e a quem ela bem entende e que ache sozinho, outra das condições pelo animal impostas.
Ora bem, tirando o facto de ainda ninguém do desenho, da pintura, das revistas, dos livros e do cinema se ter ocupado, por uma vez que fosse, da Ricardina; posto fora também, e aqui em jeito de especulação, a questão do tamanho, temos que a Ricardina se encontra para a Barrinha como o mítico monstro nórdico se encontra para o Loch Ness.
… Agora que terminei o texto, é que me dou conta de que há buéréré que ninguém fala nem dum nem doutro. Será que já ninguém alucina!?... Esta saiu-me assim a modos que furtivamente… ou não!
Carlos Jesus Gil
segunda-feira, 27 de abril de 2009
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21 comentários:
Para nós, habitantes da Praia, a Barrinha faz parte do nosso imaginário, traz-nos lembranças e memórias de infância, de tempos felizes. Nela navegámos e nadámos, sem temor da viagem nem receio de salmonela.
Felizmente a requalificação do nosso sistema hídrico, entrou no programa polis do litoral de Aveiro. Estes problemas de poluição e eutrfização de lagoas são globais, por isso exigem uma actuação global. Os aspectos relacionados com a área ambiental no nosso Concelho irão ser abordados linearmente pelo projecto Polis do litoral de Aveiro.
As acções previstas pelo programa serão realizadas entre 2009 e 2013 estando previstas para Mira, empreitadas de limpeza e valorização na Lagoa e Barrinha de Mira através de dragagens, desassoreamento de canais e seu balizamento; limpeza e desobstrução de todos os seus ramais hídricos. Haverá também a implementação de comportas na Vala Real para controlo dos caudais. No Lago do Mar, a acção centrar-se-á na requalificação e estabilização das margens. Em ambos os casos, está prevista a limpeza de margens e da vegetação infestante e valorização das espécies nativas.
Além das referidas zonas, estão também planeadas, acções de protecção e recuperação do sistema dunar, de valorização das actividades económicas ligadas ao sector das pescas, de qualificação do espaço balnear através da criação de estruturas de apoio ao uso turístico e de promoção de mobilidade e ordenamento de circulação através de beneficiação das pistas cicláveis.
Os trabalhos estão a cargo da Empresa Parque Expo, S.A. Este projecto é um factor essencial, para o desenvolvimento turístico e para uma melhoria acentuada da qualidade de vida das populações. Finalmente as futuras gerações irão conhecer o património de elevado valor, que só os mais velhos conheceram. Poderei afirmar, com alguma certeza, que Carpa Ricardina vai saltar de contentamento.
Bem, só por que ninguém conseguiu capturar a imagem da Ricardina, não quer dizer que em texto ela não tem sido capturada...
Fique com Deus, menino Carlos.
Um abraço.
É pá, também já ouvi falar dela eheh
Se fôr como diz o nosso amigo Darwin, quando a barrinha ficar com as águas límpidas,transparentes vendo-se o fundo com a areia branca,em que os pimpões são resgatados pelas crianças para ocuparem aquários domésticos, assim, como na nossa infância, como os postais da nossa terra. Sim, quando chegar esse momento a carpa Ricardina está de bengala.
ei, fixe esta estória
Aqui temos a lenda do Boto, golfinho de água doce que se transforma em um moço bonito e vai nas festas das comunidades ribeirinhas, atrás de mulheres novas. Quando uma delas engravida, é só culpar o coitado: - Foi o Boto!
Linda...não é estória...é mesmo verdade.
Das duas...uma: Ou quando secaram a Barrinha para a limparem (já há uns anos) a Ricardina sabendo antecipadamente pirou-se para as bandas de Aveiro e agora vive lá a sua reforma, ou então o "Chaóta" na calada da noite fez-lhe a folha (no caso...o faite) e a Ricardina já era.
Só falta o gudião que sabias as horas.
Eu acho que ainda há quem alucine... assim a modos que...
Não conhecia a história da Carpa Ricardina... e fiquei para aqui a pensar quem lhe terá dado o nome...
Um beijo de boa noite, Carlos
Zeus, é mesmo verdade?! Oi! Há carpas muito grandes é verdade. Quem é o Chaóta?
Bela lenda. Não são só os escoceses que têm direito a elas. A Ricardina ahahah porreiro
Boas
Com muita pena minha minha, mas tem que ser, informo vossas exªs gentes da Praia de Mira que a Ricardina emigrou...
Reside agora na bela terra da barca.
Reza a estória que estando o TiCosta e o Claro à pesca, vai o Costa:
- É Claro, ontem apanhei a Ricardina, tinha alguns 3m...
O Claro que não era de se ficar atrás.
- Irra... Pois olha que eu pesquei um poste com a luz acesa e tudo...
-E cum mil raios, é Claro... apaga lá a luz ao poste que eu tinho metro e meio à Ricardina.
Cumps
João Luís Pinho
Por falar na Carpa Ricardina, que há muito não é vista nestas paragens, venho informa-los que um conjunto de cientistas da Universidade de Aveiro, acaba de descobrir uma nova espécie de peixe na Barrinha da Praia de Mira. Os três biólogos baptizaram a nova espécie de Chondrostoma olimirensius - Boga de Mira, de seu nome comum -, e publicaram o achado na revista científica norte-americana Zootaxa. Esta espécie faz jus à fama do ecossistema onde habita, conhecido por ter altos índices de poluição. O Boga de Mira alimenta-se de invólucros de preservativos, tampas de Actimel e pastilhas de Trident de Canela, no caso das crias, as Trident Kids, em vez de plâncton. Devido à evolução da própria espécie, em resultado do seu convívio com o meio, estes peixes quando cozinhados têm diversos sabores, sendo o mais notado o de conserva de atum Bom Petisco. (segundo informação do nosso especialista Xaótas)
linda...
O Xaóta é a figura de Jesus Cristo (quase) a andar de bicicleta e sempre acompanhado pelo seu fiel discípulo (um cão preto e branco).
Não me diga que não o conhece!
Ricardina, não é um jogo de cartas?
A Ricardina da Barrinha nunca ouvi falar. Ah, espera aí...Ricardina, Ricardina...não isso é coisa do Camilo.
Um abraço
Oi. Há um tempito que não punha aqui os pés. Mas que história tão engraçada LOL
olá. Não acredito que a Ricardina tenha trocado o seu habitat por outro lugar, deixar as suas origens e familia? só se foi de férias,é caso para dizer "volta Ricardina estás perdoada".
Apetece-me dizer :
Volta Ricardina que estás perdoada!
Abraço
PS- mas ela não volta ,
com medo dos monstros que há por cá !
Interessante!
1000beijinhos!
Frankie Manning, o rei do Lindy Hop (para aprender a dançar).
Novidades Ricardina
A Ricardina foi ontem vista com a cabeça de fora junto à barragem da Lagoa.
Os que a avistaram ficaram muito contentes, excepto o Gafenha (v. personagem mítica da terra da barca), pois ficou todo molhado quando a Ricardina ao mexer o rabo levantou uma onda de tsunami que molhou todo o percurso da pista da ciclovia onde o mesmo circulava.
E esta hein...
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