segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

E o Alberto e o Albino também...

E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…


O ALBERTO VERSEJA

- Alberto, estás por aqui?... Alberto?
- Desculpa, narrador! Estava aqui ao telemóvel com a Lenita. Ela está a fazer noite. Mas, passa-se alguma coisa, é?
- Não, não. Era precisamente de vocês que eu que queria saber. Correu bem o fim-de-semana?
- É pá, na maior! Há muito que não nos divertíamos tanto. E olha que nem sequer saímos de casa…
- Aííí!... Isso é que foi, hem!
- Do melhor. Não há nada como umas boas doses de transpiração para expulsar qualquer vírus…Mesmo bactérias… Mesmo toxinas…
- Estou feliz por vocês. Palavra de honra.
- Obrigado, meu amigo. Olha, por acaso não te importas que eu dê vida a um poema que escrevi ainda naquela fase crítica? A Lenita não se importa, perguntei-lho há bocado.
- Força com ele!
- Então aí vai:


MULHER SEM CULPA


Não tens mãos para me afagar
nem lábios para me beijar.
Não encerras em ti a virtude de indução de lembrança,
tranquilizadora lembrança que é não menos que bonança.

Não tens…
E no entanto és mulher completa;
e sem culpa;
dedicada e abnegada;
carinhosa.

Outras há, quiçá não inteiras,
culpadas mesmo, porém…

Impingem-se-me telepaticamente;
abreviam-me o regresso;
desvanecem-me as dúvidas;
pintam-me, de cores claras, o mundo.

Muito gosto eu de ti, mulher sem culpa!




- Alberto, está fixe pá. Muito porreiro…Estavas mesmo na fossa (como dizem os nossos irmãos de além-mar); hás-de ter passado das boas!
- Vá narrador. Deixemo-nos disso agora. Fica bem que eu também já estou.
- Pronto, adeus Alberto.


Carlos Jesus Gil

1 comentário:

Tomas de alencar disse...

Grande fim-de-semana , hem carlitos?