quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

E o Alberto e o Albino também...

E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…


“ TRATADO DE LISBOA “

Vinte e dois anos depois da adesão de Portugal à C.E.E. (acompanhámos a Espanha neste processo… ok., e vice-versa), é assinado em Lisboa o Trado de Lisboa (um Tratado Reformador que, segundo muitos, não em menos que 90% corresponde ao rejeitado Tratado Constitucional Europeu, mas que, no entanto, reforma efectivamente o Tratado de Roma e o Tratado de Maastricht – paredes-mestras desta União. É, assim, de facto um Tratado Reformador.
E agora?... É necessário que todos os países o ratifiquem. Mas de que forma? Por uma via absolutamente representativa, tendo como protagonista o Parlamento, ou por via participativa, pondo canetas nas mãos do povo eleitor? Qualquer destas, digamo-lo, não fere o nosso Direito. Nem o nacional nem o comunitário. Bem, vou pedir a opinião dos peritos deste nosso mundo.
- Alberto?; Albino?
- Sim!
- Cá estou. É só chamares.
- Então é o seguinte: na vossa opinião, como deveria ser ratificado em Portugal o Tratado de Lisboa?
- Posso?
- Força, Alberto!
- Ó pá, eu penso que só referendando existirá verdadeira legitimidade. Não podemos esquecer-nos de que também a promessa de referendo a um novo Tratado Europeu concorreu para a vitória do Partido Socialista nas últimas Legislativas, que portanto foi também esse pressuposto que os levou ao governo… e com a almofada que se conhece. Para além desse facto, já em 2004 a Assembleia da República legitimara a opção pelo referendo, o qual só não avançou por a questão formulada se encontrar ferida de inconstitucionalidade.
Sou pelo referendo!
- Sim, sim… As coisas, politicamente falando, são um pouco mais complexas. Aliás, um muito. Façamos o seguinte exercício de raciocínio: o Tratado foi cá assinado, vai indelevelmente ficar associado a Portugal. É pá, sejamos agora ponderados e congruentes!... Em que posição ficará o país caso o próprio opte pela rejeição do Tratado?... É que, para nós, não se trata somente de mais um atraso no processo de integração europeia. É a nossa imagem que está em causa, rapazes.
Ora, ninguém nas maiorias (a do governo e a da oposição) irá permitir tal. Combaterão até à exaustão os eurocépticos de esquerda e de direita, fazendo uso de todo e qualquer instrumento eleitoralista, mas também, e de modo exacerbado e recorrente, de chantagem moral. Profetizarão catástrofes políticas, económicas (atenção aos fundos, bom povo!) e sociais. Enfim, se referendo houver, o povo acorrerá massivamente (sou um lírico do caraças…) às urnas, para que o mesmo seja validado; o povo votará sim. Será, todavia, um sim não convicto nem convincente, só comparável a uma confissão obtida por coacção… Desejam uma ratificação nestes moldes ou preferem que sejam os nossos representantes a fazer esse trabalho no Parlamento? Eles são os nossos delegados (embora por vezes não o pareçam, reconheço)!
- Não vou responder-te. Queria tão só a vossa opinião. Já a tenho.
- Ó Albino, tu pá… Às vezes…
- Chega, chega! Não pedi um debate, pedi, como já referi reiteradamente, opiniões.
- Seja, narrador socrático! Fiquem bem.


Carlos Jesus Gil

2 comentários:

Anónimo disse...

ora aqui estou eu , não dizias que nunca cá vinha ora aqui estou eu !!!!

Tomas de alencar disse...

Isso ainda , vai dar muito pano para "mangas".