domingo, 9 de dezembro de 2007

E o Alberto e o Albino também...

E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…


II CIMEIRA U.E.-ÁFRICA 2


“ A cimeira foi verdadeiramente extraordinária… O seu resultado superou um impasse de muitos anos. “
- Assim se referiu à II Cimeira U.E.-África, a qual conseguiu reunir quase todos os líderes europeus e africanos em Lisboa, o primeiro-ministro e presidente em exercício da U.E., o portuguesíssimo José Sócrates. Queres que continue?
- Deixa-te de lérias e acaba o teu trabalho, Albino!
- Continuemos: Mas qual terá sido, então, o resultado assim tão positivo capaz de pôr fim ao dito cujo impasse de muitos anos?... Por exemplo, a Human Rights Watch não encontra qualquer decisão concreta emanada da cimeira. O Partido Comunista Português, por seu turno, diz que “ foram mais as vozes que as nozes “… Terão sido as parcerias económicas ( as negociações continuarão em 2008 )? Neste campo temos que o Senegal deixa a cimeira contra os acordos de parcerias económicas ( é claro que são raras as unanimidades ); o Fórum da Sociedade Civil diz que “ acordos são exemplo negativo “. Ah!..., só se foi o facto de Mugabe ter sido forçado a ouvir das boas da boca, por exemplo, da senhora Merkel. Claro, não é despicienda a atenção prestada ao Darfur. Mas terá sido ela suficiente? Hummmm!... Bem, regozijo-me com a atracção a Lisboa de movimentos sociais activos. É bom. E como nós estamos a precisar de desenvolver essa vertente!... Umas acções de formação na área vinham mesmo a calhar.
Ora, o facto de a União Europeia desejar um novo e mais justo relacionamento com África e fazer votos para que o colonialismo seja enterrado ( mas ainda existe colonialismo europeu em África?!... Pois, se calhar… ) de vez, é excelente. Há é que ter em atenção que este enterro requer cerimónias singelas mas não triviais. Exige profundidade, em termos literais e de espírito.
Para Sócrates, homem vaidoso que tudo move para que um dia os historiadores dele falem e os alunos nas escolas respondam a questões ( se ainda existirem testes nessa altura ) a ele referentes, foi profícua ( e então com a assinatura do “ Tratado de Lisboa “… ). Portugal consolida a imagem de país hospitaleiro ( o pessoal foi bem recebido; mordomias não faltaram ); reforçou também, penso não existirem dúvidas, o seu currículo de organizador de eventos.
É sempre útil uma Assembleia desta natureza. Contudo, como dizia ontem, se almejamos efectivamente o desenvolvimento de África, não podemos olhar para o continente apenas como a terra das matérias-primas baratas e um mercado para os nossos produtos ( até porque pobres, nunca se tornarão no mercado que almejamos e precisamos ). Mas não podemos nós europeus, nem podem os americanos do Norte nem o Japão nem a China nem a Índia…
Paremos com as dádivas de peixe, ensinemos a pescar! É uma frase mais que feita, porém, para o caso não encontro melhor. Fiquemos por aqui.
- Ok, tu é que sabes. Fica bem, Albino!
- Adeus, narrador!


Carlos Jesus Gil

3 comentários:

altohama disse...

Entre iguais e tudo como de costume: os poucos que têm milhões cada vez com mais milhões, e os milhões que têm pouco... cada vez mais com menos.

Cumprimentos do

Alto Hama

Anónimo disse...

Como você tem razão, Alto Hama!

Tomas de alencar disse...

Boa analise, Altohama!!