quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

As casas ficaram maiores

Viva, pessoal! Apetece-me postar uma cançãozinha -só a letra, a música fica a vosso cargo:)


A noite passada sonhei que já não havia ninguém com quem jogar à bola.
Um amigo de meu pai diz que já não tem com quem ir à bola.
Um conhecido lamenta os matraquilhos despedidos do café da sua aldeia.
A moça do lado diz não ter já razão pr’a ter vaidade.
E eu noto que o meu sonho espelha a realidade.

Tantos lugares pr’a estacionar, tantos!
Mas quantos carros sem papás ao volante!
Mas quantos carros conduzidos por avôs!
Que saudades dos ais que as mamãs provocam!,
sentem meninos e meninas a quem estas coisas tocam.

refrão

“Que é dele, do meu filho, que andava a namorar?”
“Que é da minha menina que estava pr’a casar?”
Carpem desgostos, pais novos, mas velhos de agonia.
Lamentam de noite, deploram de dia.
Que é feito do futuro que o passado prometia?

Deram-lhes o ser, pagaram-lhes o saber.
Em troca, apenas quiseram o ter.
O ter sem posse, o ter que é mais um ser.
Ser o amigo, ser a companhia,
o porto seguro, na noite, no dia.

O papá não está!
Mamãs, poucas por cá!
Pr’a onde foi tanta gente,
assim num repente?
Por que ficaram as casas tão frias?

Refrão

1 comentário:

Anónimo disse...

Foram obrigados a sair, não foram?
Quando até o primeiro ministro manda o pessoal sair. Pois, assim diminui cá o desemprego.