segunda-feira, 1 de outubro de 2012

" Vitória " Pírrica



“ VITÓRIA “ PÍRRICA
Texto aumentado


Austeridade, austeridade, austeridade… E não há meio!
O problema persiste, teima que nem o mais acintoso dos birrentos. Subsiste porque eles esquecem a vital necessidade: Interação e Complementaridade, com equidade e em toda a geografia. A única via para um crescimento harmónico e sustentável, a rota capaz de levar a um crescimento positivo, condição sine qua non para o efectivo  desenvolvimento.
Referia-me ao orbe, aludo agora à nossa realidade. Vítor Gaspar, putativo guru da Economia e das Finanças, não passa, a meu ver, de um mero técnico de gabinete absolutamente alheado da realidade, com fobia ao campo. Como diz Sandro Mendonça, professor de Economia no ISCTE, um economista de folha de cálculo, fiel seguidor da econometria. Pensamento na linha do que um dia defendera Keynes, ao afirmar que um economista que apenas saiba de Economia jamais será um bom economista. Técnico idóneo é aquele que, nunca abdicando da secretária, não se exime de recorrentes idas ao terreno. A Escola Monetarista de Chicago – neoliberalismo puro e duro – eiva-lhe a mnemónica. Como Milton Friedman, cultiva números, estatísticas, calculadoras; esquece as pessoas; defende uma sociedade individualista, da Lei do mais forte, não mostrando consciência de que as pessoas não nascem todas com iguais capacidades, com as mesmas forças. Para que servirá o Estado senão para colmatar estas “falhas”?
A Aldeia nunca será, em verdade, global se forem negligenciados aqueles pressupostos. Desconchavo, pensar-se o contrário, negar o impreterível! Já viram alguma equipa de futebol jogar apenas com avançados? Não há muito, quando toda a geografia era local, compreendia-se melhor isto de que falo.
Ainda que os trilhos que, obstinadamente, eles pisam nos possibilitem a chegada ao desejado porto, e tudo aponta precisamente para o oposto; ainda que a teimosia deles nos levasse à vitória, esta teria o amargo sabor de uma “vitória” pírrica… diria mesmo de uma não vitória. Pirro, enorme guerreiro de Épiro – Grécia – nos tempos antes de Cristo, conseguiu a enorme proeza de derrotar o poderosíssimo  exército romano. Porém, para tal, Pirro perdera todo o seu exército… Terá valido a pena?


4 comentários:

Anónimo disse...

Discordo com quem acha que 2014 será o ano do fim da crise. Discordo porque acho que a crise que atravessamos é sistémica e não se resolve apenas com austeridade.

Pensador disse...

As contas de Vítor Gaspar - e da troika, nunca se sabe bem onde começam umas e acabam outras - nunca bateram certas.
A política de austeridade fallhou, como muitos previram. Não é possível fazer crescer a economia com a actual quebra no rendimento disponível. É preciso pôr o dinheiro a circular para que a economia volte a crescer. Quanto mais austeridade, mais recessão, até porque a lista anunciada pelo Ministro das Finanças constitui um verdadeiro massacre, entre aumento de impostos, corte de pensões, de prestações sociais, redução de dotações orçamentais, etc., vão ainda reduzir mais o consumo.
Já agora para terminar Sr. ministro das finanças: As teorias liberais de Milton Friedman e os modelos economistas da folha de cálculo do programa econométrico, estão desligados da realidade. Não funciona. Será preciso explicar-lhe muito devagarinho?
Como dizia o meu velho professor, os países não vão à falência, mas os povos pagam sempre as duras facturas da incompetência de quem não os sabe governar.

Sérgio de Oliveira disse...

Há derrotas

(mas alguns acreditam terem sido)

vitórias !


Abraço

Táxi Pluvioso disse...

O povo precisa de armas, o tempo dos números passou.