“ VITÓRIA “ PÍRRICA
Texto aumentado
Austeridade,
austeridade, austeridade… E não há meio!
O problema
persiste, teima que nem o mais acintoso dos birrentos. Subsiste porque eles esquecem a vital necessidade:
Interação e Complementaridade, com equidade e em toda a geografia. A única via
para um crescimento harmónico e sustentável, a rota capaz de levar a um
crescimento positivo, condição sine qua
non para o efectivo desenvolvimento.
Referia-me ao
orbe, aludo agora à nossa realidade. Vítor Gaspar, putativo guru da Economia e
das Finanças, não passa, a meu ver, de um mero técnico de gabinete
absolutamente alheado da realidade, com fobia ao campo. Como diz Sandro Mendonça, professor de Economia no ISCTE, um
economista de folha de cálculo, fiel seguidor da econometria. Pensamento na
linha do que um dia defendera Keynes, ao afirmar que um economista que apenas
saiba de Economia jamais será um bom economista. Técnico idóneo é aquele que,
nunca abdicando da secretária, não se exime de recorrentes idas ao terreno. A
Escola Monetarista de Chicago – neoliberalismo puro e duro – eiva-lhe a
mnemónica. Como Milton Friedman, cultiva números, estatísticas, calculadoras;
esquece as pessoas; defende uma sociedade individualista, da Lei do mais forte, não mostrando
consciência de que as pessoas não nascem todas com iguais capacidades, com as
mesmas forças. Para que servirá o Estado senão para colmatar estas “falhas”?
A Aldeia nunca será, em verdade, global se
forem negligenciados aqueles pressupostos. Desconchavo, pensar-se o contrário,
negar o impreterível! Já viram alguma equipa de futebol jogar apenas com
avançados? Não há muito, quando toda a geografia era local, compreendia-se
melhor isto de que falo.
Ainda que os
trilhos que, obstinadamente, eles pisam
nos possibilitem a chegada ao desejado porto, e tudo aponta precisamente para o
oposto; ainda que a teimosia deles
nos levasse à vitória, esta teria o amargo sabor de uma “vitória” pírrica…
diria mesmo de uma não vitória. Pirro, enorme guerreiro de Épiro – Grécia – nos
tempos antes de Cristo, conseguiu a enorme proeza de derrotar o
poderosíssimo exército romano. Porém,
para tal, Pirro perdera todo o seu exército… Terá valido a pena?
4 comentários:
Discordo com quem acha que 2014 será o ano do fim da crise. Discordo porque acho que a crise que atravessamos é sistémica e não se resolve apenas com austeridade.
As contas de Vítor Gaspar - e da troika, nunca se sabe bem onde começam umas e acabam outras - nunca bateram certas.
A política de austeridade fallhou, como muitos previram. Não é possível fazer crescer a economia com a actual quebra no rendimento disponível. É preciso pôr o dinheiro a circular para que a economia volte a crescer. Quanto mais austeridade, mais recessão, até porque a lista anunciada pelo Ministro das Finanças constitui um verdadeiro massacre, entre aumento de impostos, corte de pensões, de prestações sociais, redução de dotações orçamentais, etc., vão ainda reduzir mais o consumo.
Já agora para terminar Sr. ministro das finanças: As teorias liberais de Milton Friedman e os modelos economistas da folha de cálculo do programa econométrico, estão desligados da realidade. Não funciona. Será preciso explicar-lhe muito devagarinho?
Como dizia o meu velho professor, os países não vão à falência, mas os povos pagam sempre as duras facturas da incompetência de quem não os sabe governar.
Há derrotas
(mas alguns acreditam terem sido)
vitórias !
Abraço
O povo precisa de armas, o tempo dos números passou.
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