segunda-feira, 15 de março de 2010

Caminhos possíveis

CAMINHOS POSSÍVEIS




E pensar que tudo Isto pode muito bem ter surgido de um enigmático Buraco Negro; mais, de um Buraco Negro do tamanho de um átomo! Incrível, não? Se os Buracos Negros não possuem apenas a enorme capacidade de sugar sofregamente massa, tornando-se assim cada vez mais densos, mas também a faculdade de a expelir, de a expelir violentamente num terrífico e devastador/criador big-bang, como pensam grandes cabeças, então há enormes possibilidades de todo Este enorme colorido, cada vez mais enorme, pois em expansão, ter surgido – mas quanta ironia pode comportar a matemática!!! – de uma minúscula mas significante partícula sem graça.
É a pensar nisto, na Teoria de Tudo, na mais recente Teoria das Cordas, em matérias diversas mas quejandas, sim, magicando - em cocktail de colapso nervoso com pinguinhos de euforia justificada - no donde viemos, que veredas, caminhos, estradas e auto-estradas teremos percorrido, que me embrenho de cabeça nos bairros mais sombrios da cidade que me habita, da perigosa cidade que me habita.
Parece que a conheço tão bem, e conheço, pois tantas vezes percorro aquelas vielas, aquelas ruas, aquelas praças… todos os dias o faço, todos os dias, não há um que por lá não passe, e de repente tudo me é tão estranho!.. Mas que cidade é esta onde moro?, que me habita? Então? Sou um perfeito desconhecido na minha cidade, sou-me um perfeito desconhecido?... Era tão pequena e pitoresca, a minha cidade! Toda a gente se conhecia, ninguém era enigma para ninguém. Todos estávamos a par de tudo e de todos, antigamente na minha cidade. O pior de tudo é que não foi assim tão antigamente, até que, vistas bem as coisas, não foi há mais que cinco segundos… Quais cinco segundos?!, foi há um segundo, apenas há um segundo. Incrível, não? É, foi só quando deixámos de dar primazia às veredas, e passámos a importanciar as estradas e as auto-estradas que a mudança p’ró desconhecido se deu… E isso foi há um segundo, apenas há um segundo!... Dá-me medo agora, a minha cidade; dou-me medo, bastante e incessante medo!... Procuro um bar ou um café aberto, preciso de um copo, de companhia, de alguém que conheça bem a minha cidade. Encontram-se, parece impossível!, todos fechados. Às onze da noite não há um bar aberto, não se encontra luz em qualquer um dos poucos cafés que ainda existem. Que estranho! Que estranha, a minha cidade!... Procuro um quiosque, um daqueles de estação ferroviária, que estão toda a noite abertos, mas também os proprietários destes foram dormir mais cedo. Ou será que agora é assim, que tudo fecha mais cedo?... Onde vou eu arranjar um mapa, uma mapa da minha cidade? Onde vou eu encontrar a carta da cidade que me habita? Sem esta, como posso eu, com tudo assim tão mudado, regressar a mim?
“ Aquele que conhece o outro é sábio, quem se conhece a si próprio é iluminado”! Alguém assim falou… e como eu penso que bem!




Carlos Jesus Gil

21 comentários:

Murganheira disse...

Há, efectivamente, grandes cabeças a pensar em tais caminhos... possíveis; Sagan, no seu Cosmos, e Einstein com a sua Relatividade, são um belo exemplo do que o Gil aqui nos traz. Leia-se um, tendo o outro como "muleta", e vice-versa, e conseguiremos "ver" todo o Universo comprimido num grão de areia... do tamanho de um planeta. Cumprimentos, maço GIL!

Murganheira disse...

Correcção: Correcção não... Nota: Não é "Houve", é "Há", mesmo, porque nem Sagan nem Einstein morreram, nem nunca morrerão. Se é que alguém morre mesmo, o que eu duvido. Só mudamos de Cidade... ou as cidades mudam de nós (ou de Eus).

atento disse...

É mesmo preciso um mapa, ó gil. As coisas por mais simples que sejam são tão complicadas.

xistosa, josé torres disse...

Quando comecei a leitura pareceu-me que ia devorar um texto porno-erótico de buracos negros ... e átomos do tamanho ...
Bem não interessa.
É por isso que os nossos políticos nos conduzem para o buraco negro, aquele maldito cu ... sim, o que se rouba por aí descaradamente e que educadamente lhe chamam cobre para não haver confusões intestinais.
Gostei das cidades em que todos se conheciam.
Mas isso passou à história e ainda bem.
Como é que se iam "safar" os ladrões e quejandos? Se eram conhecidos, tinham o posto de trabalho ameaçado.

Amigo Carlos Gil

Diga-me qual é a sua cidade e pode ter a certeza que terá já no próximo fim de semana quiosques, tabacarias, bazares e demais negócios abertos, prontos a servi-lo a qualquer hora.
É que eu, cá, conheço uns chineses ... e pode ter a certeza que tudo o que vendem é baratíssimo.
(A qualidade? Mas isso importa face ao preço?

Uma boa semana.

zé viegas disse...

a partir desta data não pretendo continuar a usufruir dos vossos serviços.

loirinhaquenãoédeaveiro disse...

Andavas mesmo perdido Gil? LOL
Gostei da abordagem a teorias da origem da nossa "casinha" e de nós mesmos.

Anónimo disse...

Depois há os sábios iluminados...seres mto superiores que conhecem os outros e a si mesmos!!!Nem com mapa,amigo?!?

Loura e burra!!!...LOL

Anónimo do lado disse...

Anónimo,burro aqui só você.A teoria das cordas tem tudo a ver com a "casinha",na época que os macacos se balançavam nelas!é favor sair imediatamente daqui antes que me chateie...
pagas o café?bora lá...

Anónimo ao lado do lado disse...

bora lá tão,que se faz tarde...

Anónimo do lado disse...

tou à espera...melhor acaba essa piiiiiiiii e vem cá ter...

anonimo do meio disse...

Oh ze viegas! Já tem cabo?

Anónimo Zé disse...

É, também as nossas cidades começaram dum pequenino aglomerado de casas e foram crescendo, adquirindo identidade própria, os seus habitantes eram conhecidos por alfacinhas ou tripeiros, cagaréus e ceboleiros, etc.
Hoje em dia, como é possível classificar os cidadãos do Porto, Lisboa ou Aveiro, ou outra cidade que seja, com estes genuínos epítetos? Uma melting-pot tomou conta das nossas cidades, como já tinha tomado conta de, praticamente, todas as cidades do mundo. Os povos misturaram-se, as cidades são hoje universais, efervescentes em vida, mas frias no que respeita ao contacto humano. Restam-nos as nossas aldeias e vilas, onde a populaça ainda vai convivendo, dizendo bem de uns e mal de outros, onde é possível cumprimentar sem secos bons dias ou boas tardes gente que ainda vamos conhecendo. Por isso, UM BOM DIA PARA TODOS OS ZUAS E GALOPINS!

leitor disse...

É, camarada, os caminhos dentro da nossa cabeça são os mais complicados.

Anónimo disse...

"mas quanta ironia pode comportar a matemática!". Demais

Táxi Pluvioso disse...

Em Portugal ensaia-se a Teoria das Sodas, ou começa por "f"?

Concertos downloadáveis.

Nogueira disse...

Isto está meio paradito.
Talvez se mudasses de assunto. A Frenprof e as greves que aí vêm, p.ex.

anonimo do meio disse...

Ze Viegas....então? Já tem cabo ou não?

outroanónimo disse...

Excelente citação com que terminas o teu texto também maravilhoso

Cidadão Sério disse...

Apenas para vos informar de que já entreguei o meu IÉRREÉSSE.
Obrigado.

contribuintemoderno disse...

Por falar nisso, cidadão sério também tenho que mandar isso pela net

Ninguém disse...

Pior que nos perdermos no "Mundo" é perdermo-nos dentro do nosso próprio "MUNDO"...O NOSSO "EU"...não,não há Teoria,Filosofo,Matemático,Sábio,Iluminado,etc que nos leve ao encontro de nós mesmos!!!Caminhos possiveis?!?...Não há "Mapas" que descrevam pensamentos,sentimentos,estas "Guerras Interiores" que nos vão desgastando ao longo do Tempo...Como eu queria Sonhar...já nem isso consigo...
Não teria descrito melhor essas ruas,caminhos que aparecem do nada e nos levam para o "nada maior"...
Este Texto está excelente...excelente mesmo...não queria que fosse assim,mas temos que saber o "Rumo",tem que existir um "Rumo" que nos guie através das Tempestades...como se duma bussola se tratasse;pontos de referência...há que seguir...

...Já me perdi sem Rumo certo...Já me venci pelo cansaço...Estando Longe estive tão perto do teu ABRAÇO..............

Faça-se silêncio!!!...