segunda-feira, 18 de maio de 2009

Negócio/Ócio

NEGÓCIO/ÓCIO


O senhor das obras pr’a mim:

- Saiba!, nunca fiz negócio como forma de negação do ócio… sério, rapaz! Oh oh! Negar o ócio, eu?! Eu, que quando era “zé ninguém” tanto invejava quem o cultivava?! Eu, que lhe reconheço a virtude do impulso…sim, este ímpeto que me trouxe até aqui e que ainda hoje me invade!... Não, eu idolatro o ócio. Por ele formiguei e amigalhei… Tanto que já não dou conta de quantos migalheiros. Aliás, já não tenho migalheiros… Pois é, meu caro, foi para ser também digno dele, seu cultor, que fiz e faço freneticamente negócio… Não para o negar!
- Então, mas…?
- Pois, não diga mais nada meu rapaz. Nunca o vira eu mais magro; sei que não passei das intenções. Tenho plena consciência disso… Reconheço-me um miserável escravo do negócio… Alforria?... Hummmm!




Carlos Jesus Gil

11 comentários:

linda disse...

Tens razão gil. Há quem só veja trabalho

jose terra disse...

um casal de comerciantes depois de jantar.
ela faz anos nesse dia.
então joão sempre a ler o jornal!!
e..não posso?
podes mas sabes que dia é hoje?
não..
faço anos.não me compraste nada?
tá bem , o que é que tens para vender?

Daniel Savio disse...

Cara, não dá para ter a alforria completa, pois sempre há algo que nos prende...

Fique com Deus, menino Carlos.
Um abraço.

Toninho Moura disse...

Sempre me encanta o português de Portugal, sempre.
Mais ainda quando adoro o texto, mas dele não entendo quase nada.

Braços!

Darwin disse...

Estamos a viver um ciclo de crise e instabilidade no país, as situações de precariedade aumentam, torna-se cada vez mais complicado amealhar.
Por isso até o clássico mealheiro, onde se colocam os trocos que sobram, está em crise!
Também não tenho dúvidas que um dos grandes pecados modernos é transformar tudo em negócio, dando cabo do ócio.

Unknown disse...

A Lena D'Água cantava há uns anos: " trabalhar p 'ra ganhar a vida/ porque é que a vida que se ganha/ tem que gastar-se a trabalhar?". É trabelhemos, mas dêmos também uma oportunidade ao écio de vez em quando.

Unknown disse...

Há pessoal que só vê trabalho à frente. Há famílias que sofrem por não haver trabalho e há outras que sofrem por o seu chefe ter trabalho a mais.

Ana Maria disse...

Quer queira quer não, sempre nos escravizamos em algo.
Beijinhos!

xistosa, josé torres disse...

Com o aquecimento global já ninguém acredita que haja quem trabalhe para aquecer.
"Os senhores das obras" que não têm !, também necessitam de cuidados onde guardam o dinheiro.
Que não façam como o Presidente da Câmara de Alcaucín, perto de Málaga, que por não ter "migalheiros" guardava 160.000 euros debaixo do colchão, quando a Guardia Civil o prendeu (conjuntamente com mais 12 autarcas e empreiteiros), pelo que depreendi, tinham o dinheiro sujo ...
Alforria ?
A libertação ou melhor a liberdade está para lá do mar.
De repente lembro-me das ilhas
"Cai mão", que se coadunam mais com a anatomia humana.

Bom fim de semana.

(vou tentar aparecer, agora que ando de motor renovado.
Só que o trabalhar ainda tem interferências eléctricas)

Táxi Pluvioso disse...

Para saber o que é um silenciador...

Graça disse...

Bom domingo, Carlos [de ócio, espero]

Beijo