quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Esculpir - o que se adula; o que se despreza

Demorei-me, hoje, na contemplação de uma Estátua...

ESCULPIR – O QUE SE ADULA; O QUE SE DESPREZA


O que fica do acto é importante, por vezes genial, mas… e o que se retirou? Então o que se expediu não terá a mesma importância ou, no mínimo, um valor não despiciendo?
Existiria (é a minha opinião, é lícito existirem outras) nobreza também no acto de guardar, em recipiente próprio (um para cada secção da Obra), o exacto material retirado à pedra. Pois, se não tivesse saído naquelas precisas quantidades, as secções não seriam as mesmas; a Obra seria outra.

- Espera lá, espera lá!
- Quem és tu, e espero lá, onde?
- Quem eu sou, não vem agora ao caso; quanto ao espera lá, é espera lá aí.
- Porquê?
- Então, isso das estátuas… e se for, por exemplo, uma estátua da senhora ministra da Educação ou do senhor ministro da Saúde?... Também se guardam os restos em recipientezinhos?
- O meu caro amigo acha que os indivíduos que evoca, e cujos nomes me recuso a pronunciar, são dignos do escopro do escultor?





Carlos Jesus Gil

1 comentário:

Tomas de alencar disse...

Nao , com toda a certeza.