quinta-feira, 18 de outubro de 2012

PORTUGAL É BOM ALUNO?


PORTUGAL É BOM ALUNO?

Até parece uma daquelas músicas de melodia de entrada fácil e harmonia à maneira. De tanto rodar o disco…, já enjoa, não?
Vamos tentar contribuir para a desmistificação: então, é Portugal um bom aluno? Não, claramente! Um bom aluno, conjuntamente com as matérias próprias, adquire e demonstra espírito crítico. Um bom aluno não se limita a, quando solicitado, reproduzir, sic, as matérias debitadas pelos professores. Ao invés, aprende e apreende sem nunca abdicar de questionar e criticar sempre que tal lhe pareça fundamental… e ao bom aluno o fenómeno é intrínseco à aprendizagem e ao progresso, sendo, portanto, recorrente. Aliás, professor que não defenda os pressupostos supra também não é um bom professor.
Portugal não é um bom aluno, é um marrão. A Troika, por seu turno, também não é boa professora.



4 comentários:

Anónimo disse...

È escusado eles sabem tudo, não tem nada a aprender. Gente tão valiosa e tão sábia no nosso espectro governativo. Somos um pais que é governado por pessoas que tiram licenciaturas num ano.

J.M.C. disse...

A troika está a dar cabo de Portugal, como se nos impusesse a austeridade para seu benefício. Errado. A troika emprestou-nos dinheiro para nós pagarmos aos credores porque todos os meses Portugal tem empréstimos a vencerem-se e, se falharmos esses pagamentos, entramos em incumprimento - tornando-se mais difícil alguém nos emprestar a seguir.
Este Governo está a tentar manter o rumo de credibilidade do país, sem o qual se torna impossível o regresso aos mercados, condição indispensável para o financiamento da nossa economia e redução da factura anual de juros que já ultrapassa os 8 mil milhões de euros. A acusação seria justa se existisse outra alternativa mais favorável para atingir este objectivo, mas infelizmente ninguém consegue delinear tal caminho. Continuamos à espera que comentadores, outros economistas e muitos políticos nos presenteiem com as tão afamadas medidas alternativas que todos dizem existir, mas ninguém consegue apresentar. E a bem dos meus impostos…davam-me muito jeito. Por isso, não tem legitimidade para reclamar, depois de terem ficado calados, quando o país se endividava de forma galopante.

Anónimo disse...

Vítor Gaspar não está ali para fazer de Santa Casa da Misericórdia. Então, lá vai disto: IRS é que é, qual TSU qual IMI, isso são voltas desnecessárias. É ali, no dinheirinho vivo que as pessoas recebem todos os meses, é que está a solução.
O homem deve dar cabo do toutiço a fazer contas. E nada dá certo!
Por isso, ninguém diga mais nada, desconvoquem os protestos e as marchas, acabem lá com isso e voltem ao trabalho. Penitenciem-se, mas é, dos tempos em que andaram a viver à grande, feçam jejuem e peçam perdão. O nosso Salazar não recuará nunca. Não perceberam ainda? Por amor de Deus, não brinque comigo J.M.C.

Pensador disse...

Em Portugal tudo parece estar em ordem, os governantes fizeram até mais do que a troika mandou, passam com distinção prova após prova. Portugal é a imagem do bom aluno. Afunda-se na miséria, bate recordes de desemprego, mergulha em níveis de recessão nunca atingidos, a economia portuguesa morre um pouco mais todos os dias, mas somos bons alunos. E o prémio da troika ao bom aluno, foi... mais austeridade.
Até uma criança deduz que não estamos perante um problema de alunos, mas da matéria dada pelo professor, neste caso a troika. É a receita que não funciona, pelo menos para resolver o que seria suposto resolver.

Depois de tantos discursos e notícias e análises económicas sobre como andámos durante demasiado tempo a viver acima das nossas possibilidades, à força de tanta lavagem cerebral, receio que muitos portugueses comecem a pensar que esses tipos tem razão.
A culpa da crise é de toda esta gente que viveu acima das suas possibilidades, por não perceber nada de Economia e ganhar tão pouco.
O reformado que recebe uma reforma de menos de 400 euros por mês, viveu claramente acima das suas possibilidades, terá obviamente de se sacrificar.
Há quem tenha hipotecado aos bancos décadas da sua força de trabalho só para ter uma casa onde viver – irresponsáveis! A classe média conduziu este país à ruína e obrigou os nossos pobres e injustiçados governantes a tomar medidas dolorosas, em nome de Portugal.
Menos 200 milhões de euros para a Saúde em 2013? Sejam cidadãos cumpridores e da próxima vez não adoeçam, deixem as doenças para os mais ricos, esses saberão sacrificar-se.