segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Ética e Economia na Biodiversidade

Na abertura da Conferência Negócios e Biodiversidade, a decorrer em Lisboa, na Fundação Gulbenkian, Nunes Correia, Ministro do Ambiente, lembrou a centenas de empresários de toda a União Europeia que a actividade humana causou, nos últimos cem anos, cinquenta vezes mais extinções do que as que seriam provocadas apenas por razões naturais. Bem lembrado, meu senhor, bem lembrado!
À Iniciativa Negócios e Biodiversidade aderiram já trinta empresas portuguesas - de entre as quais apenas uma é pública, a REFER (gestora da rede ferroviária portuguesa), pretendendo o Ministro Nunes Correia que pelo menos outras tantas se juntem ao projecto, contribuindo anualmente cada uma com cerca de quinhentos mil euros.
O público sabe reconhecer, o público consumidor (os que verdadeiramente pagam) privilegiará as empresas envolvidas na nobre missão de proteger a Biodiversidade. É esta a perspectiva dos empresários... e é esta também a minha. A " luta " pela Biodiversidade incorpora um absoluto carácter ético, mas não é despiciendo o que representa sob o ponto de vista económico, muito pelo contrário. Sim, não seria nada despropositado um slogan tipo: Maior Biodiversidade, Maior Riqueza. Só com a ética como divisa, penso, não íamos . Assim, vislumbrando-se " vil metal ", negócio, pode ser!

Entretanto, mais um desastre ambiental. No mar de Azov, cinco cargueiros naufragaram devido ao mau tempo, tendo um deles (petroleiro) derramado largas (?) toneladas de fuelóleo. Como consequências directas temos já a morte de cerca de 30000 aves, encontrando-se vários milhares ainda vivas, mas cobertas de poluente. Consequências indirectas... serão ainda mais graves, por certo. Esteja eu enganado!


Carlos Jesus Gil

1 comentário:

Tomas de alencar disse...

Mas nao estàs nao, aquilo foi bem complicado...