Coltrane
tocava de forma magistral. Ninguém necessita tocar como ele, aliás, convém nem
o tentar. A magistralidade só poderá conseguir-se, como ele e muitos outros a
conseguiram, não imitando-o, não imitando-os. Muito pelo contrário, somente usando
a informação, as ferramentas ao dispor de todos, matérias-primas que, uma vez apreendidas,
com imenso trabalho, dominadas com destreza, mas sempre em simbiose com um
coktail imprescindível – personalidade, idiossincrasia, alma - se chega a… Num
dizer mais comum: talento e tormento; inspiração/transpiração. Muitos o
afirmam, eu o confirmo, 99% será trabalho.
Tratamos de magistralidade, um tanto
acima da excelência. Para aquela, condição sine
qua non: não à imitação. Quanto à outra existe lugar para a cópia, o cover - com trabalho, muito, e algum
talento, os resultados ver-se-ão. Para aquela, quem aqueles pressupostos não
respeitar, porque não pode ou porque não quer - na composição, na execução -,
jamais, tenho para mim, marcará pontos. Limitar-se-á a debitar, em matemática
sonora, a informação recolhida. Será igual a tantos outros por esse mundo
afora.
Talvez Coltrane, como outros
verdadeiros mestres, desejasse um futuro de progresso infinito para o Jazz,
para a Música em geral; talvez sonhasse que um dia o superassem, não em
magistralidade, mas em conhecimento e ferramentas. Ele sabia que não podemos
estacionar nos clássicos e seus standards,
que devemos usá-los para avançar, como uma parte do Caminho. O Caminho que só os
que marcam pontos podem construir. Na origem nem tão pouco havia asfalto,
depois ele surgiu, mais tarde de qualidade e textura mais condicentes, agora e
no futuro com renovadas formas de pavimentação. Porém, sempre o mesmo caminho
que, e aqui é que está o Ganho, em nenhum sector jamais sofrerá desgaste, dano
algum, tal não fora a qualidade de construção.
É obrigação de quem pode, continuar a Estrada!
1 comentário:
E hoje é dia internacional da música
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