quarta-feira, 28 de novembro de 2007

E o Alberto e o Albino também...

E O ALBERTO E O ALBINO TAMBÉM…


CONVERSANDO


- Albino, Alberto… apareçam!
- Sim, narrador; - cá estou, meu amigo.
- Moços, discorram – não sejam prolixos, para a rapaziada leitora não secar – sobre esta coisa de o Governador do Banco de Portugal sustentar que ainda é cedo para uma redução na carga fiscal, enquanto que vozes no governo a defendem já para 2009.
- É pá, se quiseres posso fazê-lo sozinho. Estou bem por dentro do assunto.
- Acredito, Alberto, mas creio que o Albino estará, mais do que tu, a jogar em casa. Digamos que, no assunto que vos proponho, tu és o visitado mas jogas em campo emprestado, enquanto que o nosso amigo Albino está de facto a jogar em casa.
- Mas, afinal o que é que faz o Albino na vida?
- Posso, narrador?
- Força, Albino.
- Alberto, não costumas ver telejornais ou assistir a debates políticos na televisão?
- Vejo, sempre que posso. Não perco um, desde que me seja dada essa possibilidade. Mas porquê?
- Nada, nada… É que eu nunca intervim em nenhum. Era só para saberes.
- Tá, obrigado pela informação, mas estamos na mesma. O que é que fazes, homem?
- Sou politólogo, meu caro. E de renome. Colaboro com a imprensa e com a rádio… Televisão, nada! É pá, não é por falta de convites, mas… acho que não fico bem na televisão, pronto!
- Muito bem, Albino. É uma área engraçada, sim senhor. Temos muito que conversar; podemos até fazer estudos em conjunto.
- Porque não? É só algo pôr-se a jeito. E termos disponibilidade, claro.
- Moços, já vai sendo tempo de marcarem uma jantarada com as respectivas esposas. Sempre dá para pôr a escrita em dia.
- Acho que tens razão, narrador. Então ele também é casado? Foste um gajo porreiro para nós, mesmo bacano.
- Amigos, já vos disse que me limitei a caçar o que por aí andava. Sim, cacei sem dificuldades de maior uma bela mulher para o Albino. Tarefa facilitada pelas qualidades do rapaz. Se fosse um pária qualquer, ou mesmo específico, a coisa já se tornaria mais difícil… talvez impossível. Bem, vais ter oportunidade de conhecê-la. Está nas vossas mãos marcarem a comezaina. Agora, se não fosse grande o incómodo, diziam qualquer coisa sobre o assunto que aqui nos trouxe hoje, tá?
- Vá, fala Albino. Na verdade estás mais em casa do que eu.
- Vamos lá então. Digam-me uma coisa, não foram desmarcadas as eleições legislativas de 2009, pois não?
- Claro que não! Por alma de quem?!
- Então está tudo aí: é política!
- Mas… só isso?, só te ocorre isso?
- Não, ocorre-me muito mais, mas para quê inflacionar o texto, se isto basta? É política, pá. A perpetuação do poder começa a ser gizada desde o início do mandato. Governa-se um país gerindo um governo; gere-se um governo em nome de um país, acredito, mas também, e não em dose despicienda, em nome do poder… da comandita, sim. É política!
- Tens razão, não é preciso mais.
- Então, está tudo dito?
- Sim, por mim está.
- Também sinto que sim. Não vejo o que acrescentar à explicação do Albino.
- Fiquem bem, rapazes!
- Adeus, narrador!; - até sempre, narrador!
- Chau, Albino!
- Até um dia destes, Aberto!




Carlos Jesus Gil

1 comentário:

Tomas de alencar disse...

Isso é que foi persistencia, amigo.